Vaga de suplente de Silveira é a nova moeda na chapa de Kalil

A vaga de suplente na pré-candidatura de Alexandre Silveira (PSD) à reeleição ao Senado é a bola da vez na disputa eleitoral em Minas. Diante da formalização da aliança entre o pré-candidato ao governo de Minas Alexandre Kalil (PSD) e o ex-presidente Lula (PT), a indicação do vice do ex-prefeito de Belo Horizonte foi garantida aos petistas. Com o tabuleiro praticamente completo, a mobilização em torno da única vaga restante na chapa cresce, e, nos bastidores, União Brasil, MDB e PSB não descartam negociar a suplência de Silveira.

No caso do União Brasil, a possibilidade acontece diante da perda de favoritismo do deputado federal Bilac Pinto a ocupar o posto de vice do governador Romeu Zema (Novo), que é pleiteada também pelo deputado federal Marcelo Aro (PP). Diante da perda de espaço na pré-candidatura de Zema à reeleição no Estado, o partido não desconsidera turbinar a chapa de Kalil ao lado de Silveira. O ponto em comum entre o senador e Bilac Pinto é o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), que já foi filiado ao DEM, partido do qual Bilac Pinto era presidente antes da fusão com o PSL, que resultou no União Brasil.

O União Brasil é alvo de cobiça dos pré-candidatos ao governo principalmente por causa da propaganda eleitoral na TV e no rádio. A legislação eleitoral divide o tempo da seguinte forma: 10% de forma igualitária entre todas as siglas e 90% proporcionalmente ao tamanho das bancadas. Deste último percentual, o União terá, sozinho, cerca de 15%. O partido tem 81 dos 512 deputados federais.

A O Tempo, Bilac Pinto afirma que o tamanho do União Brasil exige prudência na formação de alianças e que, por isso, conversa com todos que compõem o quadro da disputa política em Minas, o que abarca Silveira (PSD), mas também Igor Eto (secretário de Governo de Zema) e Paulo Abi-Ackel (PSDB). “Isso é natural do processo democrático. Precisamos de diálogo para definir o que vai ser melhor para o partido”, diz o secretário geral do União Brasil em Minas.

No caso do MDB, o presidente da sigla no Estado, o deputado federal Newton Cardoso Jr., diz que o partido trabalha para lançar um nome ao Senado: o presidente do MDB Afro, Arcanjo Pimenta, ou o ex-prefeito de Uberaba Paulo Piau. Porém, pessoas que acompanham o processo sinalizam que Piau poderia ser indicado como suplente de Silveira. Piau diz desconhecer a articulação, mas não a descarta.

“O que sei é que sou pré-candidato ao Senado pelo MDB, mas muita água ainda vai passar debaixo dessa ponte. Os nomes são inferiores ao partido, a decisão final é sempre sobre fortalecimento do partido, não existe nenhuma definição individual; o MDB vai tomar sua decisão em conjunto, e os nomes são definidos depois”, diz Piau.

Durante a entrevista à rádio Super 91,7 FM, Newton Cardoso Jr. afirmou que ainda não houve conversas com as pré-candidaturas sobre ocupar uma eventual suplência. “Temos tido conversas amplas, abertas e sempre transparentes. O nosso partido hoje enxerga três camadas decisórias para escolher o caminho que vamos seguir”, disse.

PSB lança Saraiva após aliança do PT

 O PSB decidiu lançar como pré-candidato ao governo de Minas o ex-ministro da Saúde Saraiva Felipe. A decisão foi tomada após o PT formalizar aliança com o PSD na disputa pelo Palácio Tiradentes. As duas siglas estão juntas no plano nacional, com a chapa Lula-Alckmin.

O presidente do PSB em Minas, deputado federal Vilson da Fetaemg, confirmou a pré-candidatura de Saraiva, mas reforçou que o que referenda as candidaturas são as convenções. Em tom de decepção, Vilson afirma que Kalil, com quem se reuniu diversas vezes antes de a aliança entre PT e PSD ser fechada, foi desrespeitoso com o PSB. 

Em relação a um espaço na chapa do ex-prefeito, como possível suplente de Alexandre Silveira (PSD), Vilson foi direto: “Quando o Kalil chamou o PSB para discutir? Não vamos apoiar o Kalil de graça; agora dialogar, podemos”, disse.