Investigação em andamento

Vereadores pedem providência da PBH sobre ataque racista de conselheira tutelar

Vereador Marcos Crispim (PP) foi chamado de capitão do mato após foto ao lado do governador Romeu Zema (Novo) e o deputado Marcelo Aro (PP)

Por Leíse Costa
Publicado em 10 de junho de 2022 | 17:22
 
 
 
normal

Os vereadores Marcos Crispim (PP) e Gabriel (Sem partido) enviaram um pedido de providência à Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) em relação aos comentários racistas de uma conselheira tutelar do município contra o parlamentar Crispim.

A indicação, enviada esta semana à PBH, pede que o prefeito Fuad Noman (PSD) e o Conselho Tutelar da cidade apliquem medidas sobre o comentário racista feita por uma conselheira tutelar da região Leste do município. 

 Eleito para o primeiro mandato, Crispim registrou um boletim de ocorrência denunciando crime de racismo na Delegacia Especializada em Investigação de Crime Cibernético (DEF), região Centro-sul da capital mineira, no fim do mês passado.

Crispim foi chamado de "capitão do mato" por postar uma foto ao lado do governador Romeu Zema (Novo) e do deputado federal Marcelo Aro (PP). Na ocasião, o vereador, que é colega de partido de Aro, participava de uma entrega de obras na Maternidade Odete Valadares, na região Oeste.

A imagem dos políticos circulou por um grupo de mensagens e a mulher escreveu que era "lamentável um preto entre dois brancos" e terminava questionando "até que ponto os pretos inseridos na política continuarão sob a chibata dos brancos que detêm o poder econômico?". Para Crispim, a mulher usa sua cor para questionar a capacidade do parlamentar de tomar decisões próprias.

Crispim espera que as medidas cautelares previstas pela Lei 6705/94, que dispõe sobre direitos e deveres de conselheiros tutelares sejam aplicadas à mulher.

“Propus a indicação sugerindo à Prefeitura, assim como  CMDCA-BH (Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente) e demais órgãos que fiscalizam o Conselho Tutelar, por se tratar de uma conselheira  que as medidas fundamentadas do Art. 39 da Lei Municipal 6.705/94 seja aplicada e que, dentro da legalidade, sejam aplicadas as medidas cabíveis”, afirma. 

“Racismo é um crime hediondo, sendo assim, não é compatível com a profissão de conselheira tutelar”, completou o vereador.

De acordo com o vereador, ambas as partes já foram ouvidas pela DEF e ele aguarda a apresentação de inquérito. A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) informou que a investigação está em andamento.

Em nota, a PBH disse que a apuração e responsabilização são atribuições da SubControladoria de Correição Municipal. “A partir da comunicação recebida formalmente, o caso será remetido para as tratativas internas necessárias”, informa.

Notícias exclusivas e ilimitadas

O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo profissional e de qualidade.

Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar. Fique bem informado!