Réu

Witzel posta vídeo andando de skate e diz que 'não vai cair'

Vídeo foi publicado dias antes do governador afastado do Rio de Janeiro virar réu sob acusação de corrupção e lavagem de dinheiro

Por da redação
Publicado em 12 de fevereiro de 2021 | 18:59
 
 
 
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O governador afastado do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), publicou em seu Instagram um vídeo em que aparece andando de skate, com a legenda: "não adianta, ele não cai".

A publicação foi feita na mesma semana em que o político virou réu sob acusação de corrupção e lavagem de dinheiro.

Um dos comentários do vídeo dizia que a publicação era "profética", em referência à acusação, que pode terminar com a perda de mandato do político.

A acusação da PGR foi apresentada em agosto do ano passado, ocasião em que o ministro Benedito Gonçalves, relator do caso, afastou Witzel de suas funções. Ele nega as acusações.

Witzel também foi às redes sociais após o Superior Tribunal de Justiça (STJ) torná-lo réu.

"Como disse o ministro Benedito Gonçalves ao receber a denúncia contra mim: “Ser réu não significa nada”. Tenho as mãos limpas e a consciência tranquila de que ficará comprovada a minha inocência", publicou o político.

 

De acordo com a Procuradoria Geral da República, o governador afastado utilizou-se do cargo para estruturar uma organização criminosa, na qual fornecedores teriam pago R$ 554 mil em propina por intermédio do escritório de advocacia de sua mulher.

Os investigadores sustentaram que, a partir da eleição de Witzel, em 2018, a organização foi estruturada, dividida em grupos, representados por empresas, que disputavam o poder no governo do estado mediante o pagamento de vantagens indevidas a agentes públicos.

A denúncia descreve que na área da saúde o grupo instituiu um esquema de espécie de caixinha para o pagamento dessas vantagens, principalmente por meio do direcionamento de contratações de organizações sociais e na cobrança de um pedágio sobre a destinação de restos a pagar aos fornecedores.

Ao iniciar a leitura de seu parecer, com o qual detalhou as acusações contra Witzel e os demais denunciados, a subprocuradora-geral da República, Lindôra Araújo, classificou de terrível a situação sob análise do STJ.

"Ao invés de proporcionar um momento afetivo, momento em que as pessoas tentam amenizar a dor, elas usaram [os recursos] em benefício próprio", disse Lindôra. "Talvez seja essa a coisa mais terrível que tenha acontecido neste momento de calamidade."

"Dinheiro da União destinado a hospitais de campanha, a compra de respiradores, foi desviado para benefício dessas pessoas."
Criminalista responsável pela defesa de Witzel, o advogado Roberto Podval atacou o instituo da delação premiada.

"A crônica do nosso país, infelizmente, tem sido pródiga, nos últimos anos, em casos de injustiças causadas por conta de dar crédito em demasia à palavras de delatores, delinquentes confessos", afirmou Podval.

"Reputações foram aniquiladas, inocentes foram execrados por conta de dar crédito a palavra de delatores."

As investigações avançaram com a colaboração do ex-secretário de Saúde Edmar Santos, que firmou acordo de delação premiada com a PGR.

Santos afirmou que os recursos desviados da Saúde iam para um caixa único e um montante de 20% era destinado a Witzel. Segundo o ex-secretário, outros 20% eram destinados ao Pastor Everaldo, presidente nacional do PSC.

Além da condenação dos acusados, a PGR pediu a decretação da perda do cargo público de Witzel e o pagamento de indenização mínima de R$ 1,1 milhão aos cofres públicos.

Com informação do Estadão Conteúdo

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