A agenda de campanha do governador Romeu Zema (Novo) nesta sexta-feira (26), em Pará de Minas, na Região Central de Minas, expôs mais uma vez a falta de adesão de quadros do PSD à candidatura do ex-prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil. Dissidentes, o deputado federal Diego Andrade (PSD) e o prefeito Elias Diniz (PSD) foram cabos eleitorais de Zema durante caminhada pelas ruas do Centro de Pará de Minas.
A O TEMPO, Diniz confirmou o apoio à reeleição de Zema, já que, conforme argumenta, Kalil deveria ter cumprido o mandato à frente da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), que iria até 2024. “A população me elegeu para terminar o mandato. Acho que a gente tem que respeitar a população. A minha discordância é por ele não ter fechado o ciclo. Diante da discordância, apoio o governador, que merece continuar o trabalho que faz em Minas”, justificou.
Diniz defendeu que o PSD, na verdade, deveria ter se alinhado a Zema na corrida para o governo de Minas. “Todo o direcionamento (da campanha de Kalil), sem um planejamento estrategicamente colocado junto ao PSD em um primeiro momento, faz com que eu ache que o partido deveria ter feito uma aliança com o governador. É uma linha de pensamento pessoal, respeitando os pares e a definição”, acrescentou o prefeito, que, inclusive, utilizava um adesivo de Zema durante a caminhada.
A postura de Diniz durante a agenda de Zema em Pará de Minas foi a mesma já adotada na última quinta (25) durante a visita do governador a Itaúna. Lá, foi a vez do prefeito Neider Moreira (PSD) acompanhar Zema. “Eu me sinto à vontade em declarar apoio à candidatura do governador Romeu Zema à reeleição”, pontuou o prefeito de Itaúna, que, assim como Diniz, cumpre o segundo mandato após reeleição.
Neider argumentou que se sente à vontade porque, em 2020, quando se candidatou à reeleição, não houve mobilização do PSD para apoiá-lo. “Nenhuma das pessoas se manifestou a respeito. Nenhuma das pessoas procurou ajudar a campanha. Eu me sinto totalmente livre (para apoiar Zema), porque, em momento algum, tive apoio do PSD”, afirmou o prefeito de Itaúna.
Neider ainda apontou que, além de o governo de Minas ser “extremamente pontual nos pagamentos às prefeituras” de repasses constitucionais de ICMS, IPVA, Fundeb e Saúde, sequer foi procurado por Kalil durante a pré-campanha e a campanha. “Itaúna é uma cidade importante, uma das maiores economias do Estado, de mais de 100 mil habitantes. Não é uma cidadezinha. Em nenhum momento fui procurado pelo partido ou pelo candidato do partido”, questionou.
Embora apoiem a reeleição de Zema, tanto Diniz quanto Neider fazem campanha para a eleição de Alexandre Silveira (PSD), presidente estadual da legenda, ao Senado. O prefeito de Pará de Minas, por exemplo, se referiu a Silveira como “companheiro, irmão”. Já o prefeito de Itaúna disse que o grupo político ao qual pertence já bateu o martelo pelo apoio a Silveira.
Procurado, Andrade não atendeu aos contatos de O TEMPO. No entanto, ainda quando Kalil selou a aliança com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o deputado federal deixou claro que não embarcaria na campanha. “Estarei com o governador Zema e com o presidente Bolsonaro. Já avisei o presidente (nacional do PSD) Kassab que não me junto com Lula e Kalil”, afirmou à época.
Questionado, Silveira afirmou que nem ele nem o partido irão comentar o apoio de prefeitos a Zema no momento. Já Kalil, procurado por meio da campanha, não respondeu até a publicação da reportagem. Assim que o candidato ao governo de Minas se manifestar, o posicionamento será acrescentado.