Zema oficializa cessão do Palácio das Mangabeiras para eventos culturais

Depois de 64 anos, o Palácio das Mangabeiras deixou de ser a residência oficial do chefe do Poder Executivo de Minas Gerais nesta quarta-feira, 12. O governador Romeu Zema (Novo) assinou o termo de concessão do imóvel para a Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemge), que será responsável por fazer a gestão do espaço, que, a partir de agora, receberá atividades culturais. 

O primeiro evento aberto ao público no imóvel será a edição deste ano da CasaCor, prevista para acontecer entre os meses de agosto e outubro, conforme antecipou o jornal O TEMPO no mês passado. 

Já nos próximos dias, a Codemge deverá assinar o contrato de cessão do espaço para a CasaCor. No modelo proposto, os organizadores do evento terão que realizar obras de infraestrutura, restauro e recuperação do imóvel, para que a mostra seja realizada. 

O secretário de Estado de Cultura, Marcelo Matte, destacou que o Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha) já orientou sobre as intervenções que devem ser realizadas. “A ideia é que a CasaCor inicie imediatamente as obras de preparação para o evento. Há vários ladrilhos, azulejos, painéis e tetos que precisam ser restaurados. O Iepha especificou uma grande quantidade de bens que precisam ser melhorados, restaurados e conservados para realização do evento. Ou seja, o Estado vai receber o imóvel em condições muito melhores que as atuais”, destacou.

O contrato prevê que a CasaCor deverá ocupar o Palácio das Mangabeiras por um período médio de seis meses por ano, pelos próximos quatro anos. Nesses meses, o evento será responsável por fazer a manutenção e vigilância do espaço, como contrapartida pelo uso do local. Segundo o acordo, a CasaCor ficará isenta de aluguel. Nos demais meses, a ocupação será coordenada pela Codemge. 

Marcelo Matte explicou ainda que a ideia é levar a exposição que está atualmente no Museu de Arte da Pampulha para o Palácio Mangabeiras. 

“Já estamos olhando a possibilidade de fazer uma exposição de arte modernista mineira. Estamos avaliando acervos e já iniciamos conversa com o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, e com o secretário municipal de Cultura, Juca Ferreira, para o palácio receber o acervo do Museu de Arte da Pampulha, já que lá passará por obras e deverá permanecer fechado por três anos”, completou o secretário.

Ele também destacou que pretende conseguir um acervo de arte modernista mineira que está guardado em Brasília. As obras estão em disputa judicial entre a Infraero e a BH Airport, empresa que administra o Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins, na região metropolitana. 

Promessa

Não utilizar o Palácio das Mangabeiras como sua moradia oficial foi uma das principais promessas de campanha do governador Romeu Zema (Novo). Na ocasião, ele dizia que uma das primeiras medidas de sua gestão seria transformar o imóvel em um “museu das mordomias”, mostrando os privilégios dos agentes públicos. Porém, a ideia não se viabilizou, e agora o espaço será utilizado para outros fins culturais. Durante a solenidade, Zema destacou a economia que o convênio assinado ontem trará aos cofres públicos. 

“Estamos cumprindo mais um compromisso da minha campanha. Em 31 de dezembro, trabalhavam no palácio 32 pessoas para servir o governador. Esse gasto com esses funcionários foi reduzido a zero”, destacou Romeu Zema. Após tomar posse, ele dispensou a moradia oficial e alugou uma casa na região da Pampulha para ser sua residência.

“Tenho agora o privilégio de pela primeira vez na história abrir o Palácio das Mangabeiras ao público em geral. É um lugar muito bonito, que é público, mas estava servindo a interesses privados, o que sempre foi um excesso”, destacou.