Crise

‘Zema tenta se abrigar em um discurso legalista’, afirma Subtenente Gonzaga

O deputado federal questiona os argumentos apresentados pelo governo de Minas para justificar a recomposição de 10,06% dos salários da Segurança

Por Gabriel Ferreira Borges
Publicado em 03 de março de 2022 | 16:55
 
 
 
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O deputado federal Subtenente Gonzaga (PDT) classificou as justificativas apresentadas pela secretária de Estado de Planejamento e Gestão, Luísa Barreto, nesta quinta-feira (3), às lideranças da Segurança Pública, como “discurso legalista”. A secretária recebeu os representantes de sindicato e associações da Segurança na Cidade Administrativa pela primeira vez desde a deflagração da greve. Sem qualquer avanço nas tratativas, a categoria mantém os planos de organizar uma nova manifestação contra o governo Romeu Zema (Novo) na próxima quarta-feira (9).

Às lideranças, Barreto argumentou que o Estado está acima do limite de gastos com pessoal imposto pela Lei de Responsabilidade Fiscal, o que o autorizaria a conceder apenas um reajuste conforme o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). “Só o que o Estado pode conceder é a recomposição de perdas inflacionárias geral, ou seja, para todas as categorias e no percentual da inflação do último ano, que são os 10,06% que nós propusemos”, explicou a secretária de Estado de Planejamento e Gestão.

De acordo com o Subtenente Gonzaga, Zema estaria tentando se abrigar em um discurso legalista. “Nós não vamos aceitar esse discurso legalista porque nós estamos cobrando o que ele fez de negociação conosco, fez com a categoria. Portanto, nós não vamos arredar o pé. A inflação calculada no período (entre 2021 e 2022) já é maior do que os 24%, ou seja, maior do que o que está na ata e nós estamos cobrando o cumprimento da ata”, afirma o deputado.

Gonzaga se refere ao pacto firmado entre o governo Zema e a Segurança Pública para uma recomposição inflacionária dividida em três parcelas. A primeira, de 13%, foi quitada em 2020. As demais, de 12%, incidiriam em 2021 e 2022, mas foram vetadas pelo próprio governador. “A missão da secretária Luísa Barreto – de quem nós gostamos, que é uma pessoa extremamente sensível e delicada – aqui era de pacificar conosco esse entendimento com o discurso de legalidade, com discurso de impossibilidade. Nós não aceitamos”, reitera o parlamentar.

O deputado federal ainda questiona qual foi exatamente a autoridade dada por Zema a Barreto para negociar com as lideranças sindicais. “Pra nós, não interessa quem o governo escale para decidir. (...) A diferença é: qual a autoridade o governador deu à pessoa para negociar. E nós compreendemos que ela não veio com autoridade nenhuma, com delegação nenhuma para além de dar a explicação. E nós já temos a explicação do governo, que já não aceitamos e repudiamos", acrescenta.

Embora parlamentares não tenham sido, a princípio, convidados para a reunião desta quinta-feira, eles, por fim, participaram, já que acompanharam as lideranças sindicais na Cidade Administrativa, conforme apurou O TEMPO. Quando a reunião começou, os deputados permaneceram em uma antessala. Depois, foram autorizados a participar do encontro. Além do Subtenente Gonzaga, os deputados estaduais Coronel Sandro (União Brasil), Delegado Heli Grilo (União Brasil) e Sargento Rodrigues (PTB) e o deputado federal Cabo Junio Amaral (União Brasil) estavam presentes.

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