Você sabia que o anestesiologista pode desempenhar um papel crucial no tratamento de dores crônicas? Embora seja comumente associado ao ambiente cirúrgico, esse especialista pode ir muito além, contribuindo significativamente para a melhoria da qualidade de vida de pacientes que convivem com dores persistentes.

Mas o que é, afinal, dor crônica? Trata-se daquela que persiste por mais de três meses, frequentemente sem causa aparente ou mesmo após a resolução do evento que a originou. Condições como fibromialgia, hérnia de disco e endometriose estão entre as principais causas. No Brasil, estima-se que mais de 60 milhões de pessoas sofram com dores crônicas, muitas vezes sem buscar tratamento adequado, o que agrava ainda mais o quadro.

Vale ressaltar que a dor crônica não afeta apenas a saúde física. Ela pode dificultar atividades cotidianas, especialmente no trabalho. Estudos apontam que esse problema leva muitos pacientes a se afastarem de suas ocupações, gerando impactos econômicos e sociais relevantes.

Conforme Jedson dos Santos, diretor do Departamento de Defesa Profissional da Sociedade Brasileira de Anestesiologia, a anestesia pode ser uma ferramenta importante no manejo dessas dores. “Os benefícios são muitos, principalmente o fato de que você pode evitar que esse paciente evolua com dor crônica. Se uma anestesia for feita de forma adequada, com analgesia prefeita, é algo definitivo. E se porventura o indivíduo evoluir com dor crônica, terá que se tratar. E aí o tratamento varia muito.”

Confira abaixo outras orientações do anestesiologista: 

O que a população precisa saber antes de um procedimento anestésico? 

Basicamente, a sua estratificação de risco e as questões vinculadas ao tipo de cirurgia, complicações potenciais e medicamentos que essa pessoa usa para identificar quais são as possíveis interações medicamentosas.

Esses procedimentos são seguros e quais são os riscos? 

A cirurgia segura é hoje um protocolo da Organização Mundial de Saúde (OMS) que visa trazer vários benefícios aos pacientes. E o risco é inerente à condição de saúde do paciente, aos problemas de saúde que ele tem e ao tamanho e quantidade dos procedimentos que esse indivíduo faz. Então esse somatório vai trazer uma estratificação e existem várias formas de nós avaliarmos esse risco.

Como escolher o melhor tipo de anestesia?

Isso depende muito da situação proposta. Não existe anestesia melhor ou pior. Existe um paciente e um procedimento. E aí, a partir disso, nós determinamos o que é melhor e o que é pior para o paciente.

Quais as consequências da anestesia no pós-operatório? 

Bom, são muitas. Mas as principais complicações estão na analgesia e nas náuseas e vômitos, que são as mais prevalentes no pós-operatório, dentre outras. Então, a gente tem que controlar tudo para que isso não aconteça.

É seguro passar por procedimentos anestésicos aplicados por não anestesistas? 

Definitivamente não. Nós estudamos seis anos na Faculdade de Medicina, mais três anos de residência médica, e depois disso ainda fazemos pós-graduações e complementações da formação. De modo que é importantíssimo que tenhamos essa noção de que um médico é o profissional mais seguro para isso.

69º Congresso Brasileiro de Anestesiologia

O tema anestesia está sendo amplamente debatido no 69º Congresso Brasileiro de Anestesiologia, que ocorre no Minascentro, em Belo Horizonte. O evento, que começou nessa quarta-feira (13/11) e segue até o próximo sábado (16/11), reúne mais de dois mil especialistas do Brasil e do exterior e conta com centenas de conferências, cursos, workshops e atividades práticas conduzidas por mais de 200 palestrantes.

Para mais informações sobre o congresso, acesse o site oficial: sbahq.org.