Pesquisadores da Universidade Estadual de Michigan desenvolveram um gel inovador que atua como barreira protetora no couro cabeludo, ajudando a prevenir a queda de cabelo em pacientes em tratamento de quimioterapia. O produto foi desenvolvidonos Estados Unidos e contém lidocaína e adrenalina, substâncias que restringem o fluxo sanguíneo no couro cabeludo para proteger os folículos capilares.

O hidrogel funciona como uma camada de proteção durante o tratamento oncológico. Quando aplicado antes da sessão de quimioterapia, o produto permanece ativo enquanto os medicamentos circulam pelo organismo, diminuindo a quantidade de substâncias que atingem os folículos. Os resultados iniciais foram publicados na revista científica Biomaterials Advances.

A inovação surgiu como resposta ao problema da alopecia (queda de cabelo) causada por quimioterapia. Durante o tratamento convencional, os medicamentos atingem os vasos sanguíneos ao redor dos folículos, danificando-os ou matando-os, o que provoca o desprendimento do cabelo.

O produto beneficia principalmente pacientes oncológicos em tratamento quimioterápico, para quem a queda de cabelo representa um efeito colateral que afeta autoestima e bem-estar psicológico.

O hidrogel absorve água e permite uma liberação prolongada dos medicamentos no couro cabeludo. O produto foi projetado para ser sensível à temperatura - à temperatura corporal, torna-se mais espesso e adere melhor à superfície; quando exposto a temperaturas mais baixas, fica mais fino, facilitando sua remoção com água.

Atualmente, existem poucas alternativas para prevenir a queda de cabelo durante a quimioterapia. As únicas soluções aprovadas são toucas frias usadas na cabeça do paciente, que apresentam alto custo e diversos efeitos colaterais.

O gel foi testado apenas em animais até o momento, com resultados que justificam o avanço para a próxima fase de estudos clínicos em humanos.

"A pesquisa tem o potencial de ajudar muitas pessoas. Todos os componentes individuais são materiais seguros e bem estabelecidos", afirma o professor associado da Faculdade de Engenharia e do Instituto de Ciências Qualitativas da Saúde e Engenharia da MSU, Bryan Smith.