A paixão por um clube de futebol pode ajudar pessoas a lidar com as dores desencadeadas pelo luto. É essa a ideia que o escritor mineiro Rafael Sette Câmara, torcedor do América, visa a transmitir no romance de sua autoria “Dos que vão morrer, aos mortos”. A obra, que tem o Coelho como personagem, será lançada neste sábado (6), no Independência.
O lançamento ocorrerá a partir das 9h30, antes do jogo entre América e Operário, válido pela 14ª rodada do Campeonato Brasileiro da Série B, que começa às 11h. Haverá sessão de dedicatórias.
“Dos que vão morrer, aos mortos” foi publicado no ano passado pela Editora Urutau. O romance, que viralizou no X, antigo Twitter, atingiu quase quatro milhões de pessoas e se tornou a maior pré-venda da história da editora. A obra narra a história de um jovem que, ao perder a mãe de forma violenta, começa a vida adulta enquanto lida com o luto.
“Laura, a personagem principal, está fazendo o almoço quando toca o telefone. Ela atende, deixa as panelas no fogo e sai, e seu corpo é encontrado 36 horas depois, em outra cidade. Essa é a história do meu livro e também a minha maior dor, porque foi assim que perdi minha mãe”, explica Rafael Sette Câmara.
Embora seja uma obra de ficção, o escritor buscou na própria vida as inspirações para a trama. A história, claro, se passa em Belo Horizonte e é contextualizada com diversos lugares e patrimônios da capital mineira. O América Futebol Clube e a Arena Independência entram em campo em um capítulo inteiro, no qual pai e filho acertam pontos de suas histórias durante uma tensa partida do Campeonato Brasileiro.
“Para quem ama futebol, o livro funciona como uma espécie de libertação das dores, das decepções, um expurgo. É uma oportunidade de conversa, de contato entre pai e filho, mãe e filha. Uma mistura de encontro de família com fé”, analisa Rafael.
A obra de Sette Câmara tem 172 páginas e custa R$ 60. Pode ser adquirida online, no site da editora Urutau, ou diretamente com o autor, pelas redes sociais, que envia com dedicatória. O livro teve leitura crítica da escritora Laura Cohen Rabelo, atual vencedora do Prêmio da Academia Mineira de Letras. A orelha é assinada pela escritora Marcela Dantés, finalista dos prêmios Jabuti e São Paulo de Literatura.