O atacante boliviano Miguelito, do América, vai deixar Ponta Grossa, no Paraná, e voltar para Belo Horizonte ainda nesta segunda-feira (5), depois de ter sido preso, acusado de injúria racial contra Allano, do Operário local neste domingo (4). A equipe de O TEMPO Sports apurou que o jogador aguarda apenas o juiz despachar a liberação na audiência de custódia.
O atleta americano esteve no fórum de Ponta Grossa, acompanhado pelos assessores jurídicos do Coelho e pelo supervisor de futebol do clube, Daniel Negrão. Conforme foi apurado por O TEMPO, no fórum, Miguelito ficou separado dos demais envolvidos para que sua integridade física fosse mantida.
Miguelito foi preso em flagrante na noite desse domingo (4) após ser acusado de cometer injúria racial contra o jogador Allano, do Operário-PR, durante partida entre as equipes no estádio Germano Krugger, em Ponta Grossa, pela sexta rodada da Série B do Brasileiro. O Operário venceu o jogo por 1 a 0.
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Em função do episódio, a partida, válida pela sexta rodada da Série B do Campeonato Brasileiro, chegou a ficar paralisada por cerca de 15 minutos depois que o árbitro acionou o protocolo antirracista, uma das determinações da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) para a atual temporada, como uma das formas de combater este tipo de crime no futebol brasileiro.
Árbitro da partida entre Operário e América, o tocantinense Alisson Sidnei Furtado revelou na súmula da partida a possível ofensa racista que Miguelito, do Coelho, teria proferido.
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No documento oficial da partida, disponibilizado no site da CBF, o árbitro relatou como tudo ocorreu. "Relato que aos 30min do primeiro tempo, o atleta número 29 da equipe mandante, sr. Allano Brendon de Souza Lima, veio até minha direção alegando ter sido chamado de 'preto cagão' pelo atleta Miguel Angel Terceros Acuna, número 07 da equipe visitante. Informo que nenhum integrante da equipe de arbitragem no campo de jogo viu e/ou ouviu tal incidente", destacou Alisson Sidnei Furtado.
Na sequência do documento, o árbitro explicou ter seguido o protocolo recomendado pela CBF. "Após a comunicação do atleta da equipe mandante, imediatamente foi realizado o protocolo antirracismo, em sua primeira etapa, a qual consiste na paralisação do jogo, realização do gestual antirracista e o anúncio feito no estádio explicando o motivo da paralisação do jogo e que se o incidente não cessasse, a partida seria interrompida", acrescentou.
O árbitro também relatou na súmula não ter recebido nenhum tipo de ocorrência policial a respeito do suposto caso de injúria racial. "Até o término da presente súmula, não foi apresentado nenhum boletim de ocorrência a equipe de arbitragem".