Ainda sem previsão de alta médica após ser atingido por uma bomba na Arena MRV, no domingo (10), durante o jogo entre Atlético e Flamengo, o fotógrafo Nuremberg José Maria, de 67 anos, ainda não decidiu se seguirá na ativa, mas de uma coisa ele tem certeza: "Na Arena do Galo, nunca mais!"

Internado no Hospital Mater Dei, em Belo Horizonte, Berg, como é chamado por amigos e familiares, atendeu a reportagem de O TEMPO Sports e afirmou que ainda tem dúvidas sobre o caminho que seguirá após deixar o hospital.

Ele revela que os familiares já o pediram para que não volte a trabalhar em estádios. Mas a decisão ainda não está tomada.

"Minha família não quer que eu volte. Minha família quer me levar para Europa. Quando eu trabalhei na BBC (em Londres), levei todo mundo, mas depois eu voltei e eles ficaram. Agora querem que eu volte", destacou Nuremberg.

O fotógrafo afirma que a paixão pelo trabalho pode falar mais alto, mas ressaltou que não pretende retornar a atuar no estádio do Atlético. "Minha esposa sabe o quanto eu amo minha profissão. É o que eu amo fazer. Ficar em casa também não dá... Mas pra Arena do Galo não devo voltar nunca mais. Lá é muito próximo (o torcedor), muito agressivo. Complicado demais. Vou aguardar, no dia a dia, para ver se o trauma passa", acrescentou.

Nesta terça (12), Nuremberg recebeu a visita de Sérgio Coelho, presidente do Atlético, e do médico do clube, Dr Otaviano de Oliveira Júnior, ortopedista especialista em traumas no pé, como os sofridos pelo fotógrafo. E agradeceu pelo apoio.

"O presidente foi legal, muito educado, conversamos bastante. O médico Otaviano também, que avaliou o meu caso. Foi dele a decisão de me transferir para o Mater Dei", detalhou. De fato, o Atlético se comprometeu a bancar todos as despesas hospitalares até que Nuremberg receba alta.

Solidariedade

Além do apoio prestado pelo Atlético, Nuremberg também tem contado com outras ações de solidariedade. Em uma iniciativa do Canal Galo no Ar, foi criada uma rifa visando arrecadar verba para que o fotógrafo, que atua por conta própria, possa se manter no período em que estiver em recuperação.

"Me mandaram aqui avisando. Foi muito legal. Uma atitude muito legal do pessoal. Sou autômono. Em função do episódio, não poderei trabalhar. Ficarei uns três quatro meses parado", destacou.

Nuremberg concluiu a conversa fazendo uma 'atualização' sobre o seu quadro clínico. "Estou passando bem, tomando medicamento pra dor. Sofri bastante com a dor, mas estou me sentindo melhor. Em função dos remédios, normalmente fico um pouco grogue. Ainda não tenho previsão de alta, mas sigo confiante em uma boa recuperação'.