Era uma terça-feira. Eu deitei pra dormir, mas minha cabeça ignorou a ordem. Era um misto de sentimentos. Nervosismo misturado com ansiedade, otimismo versus medo. Faltava um dia pra final da Libertadores, pro maior jogo da minha vida como torcedor. O conflito interno era gigantesco, mas a empolgação para estar lá e viver aquele Atlético x Olimpia era maior que tudo. E lá vamos nós de novo.

Era uma terça, agora sextou. Era um alvinegro paraguaio do outro lado, agora é carioca. Nosso craque era um bruxo, agora é um super-herói. Entre várias diferenças, a maior das semelhanças é o fato de o Clube Atlético Mineiro estar na iminência de entrar em campo para decidir o maior título do nosso continente. E é nossa obrigação encher o peito de orgulho e ir pra batalha junto com esses caras.

Se naquela temporada o Galo jogou mais bola até a final da Libertadores (é fato), as atuações na própria competição foram mais irregulares que agora. A primeira fase foi quase perfeita, é verdade. As oitavas foram impecáveis. Mas o Galo não jogou bem contra Tijuana, Newell’s e Olimpia, principalmente fora de casa. Em 2024, fizemos, há semanas, uma semifinal extremamente sólida contra o River Plate.

Se naquele ano a missão era reverter (de novo) um 2 a 0, agora tá tudo igual. O Botafogo é melhor que o Olimpia? Concordamos. Mas por que não podemos ser melhores do que fomos naquela noite no Mineirão? Se numa situação bem pior, de um time que carregava o peso de décadas sem taças nacionais ou internacionais, nós acreditamos, por que não acreditar agora?

Chegou a hora, gente. Daqui a 10, 15, 20 anos, estaremos relembrando esse dia. A ansiedade, o medo, a confiança e o nervosismo. Em 2013, o Olimpia já tinha uma baita festa pronta. Ou vocês não lembram? O presidente dos caras tirou foto fazendo o gesto de quatro com a mão - em referência ao quarto título da Libertadores que poderiam ganhar. Deu ruim pros caras. Deu bom pra nós.

O Olimpia de ontem pode ser o Botafogo de amanhã, porque, para a infelicidade de muitos, o rival deles na final é o mesmo: aquele que há muito tempo é o clube que verdadeiramente honra o nome de Minas no cenário esportivo mundial.

Não ceda agora. Confia. A história não vai terminar assim. (Está permitido ler a frase na voz do Junior Cesar).

Vamos, Galo! É amanhã! Eu acredito!