Sem medo de polêmicas, o meia Gustavo Scarpa, do Atlético, adotou o tom 'sincerão' para avaliar o desempenho alvinegro na reta final do Brasileirão. E reconheceu que, após as derrotas nas finais da Copa do Brasil e da Libertadores, o time teria risco ainda maior de ser rebaixado se ainda tivessem mais rodadas a serem disputadas na competição. 

"Foi a primeira vez que eu vi um momento assim, de perder uma final de Copa do Brasil e já tem uma Final de Libertadores para jogar, perder também e de repente estar brigando para não ser rebaixado até o último minuto. Foi tudo muito rápido e a gente não teve tempo para para ficar lamentando", destacou Scarpa. 

O jogador, entretanto, tentou analisar a questão pela ótica do 'copo meio cheio'. "De certa forma isso pode ter sido bom, acho que se tivesse mais algumas rodadas, a gente correria um risco maior de ser rebaixado, porque a parte psicológica acaba influenciando bastante", reconheceu. 

Não por acaso, o técnico argentino Gabriel Milito acabou demitido do Atlético faltando apenas a rodada decisiva para o término do Brasileirão.

Scarpa afirmou não ter explicação para o que ocorreu com o Atlético. E acrescentou que o grupo tem que tirar lições do que viveu. "A gente tem que tentar se adaptar porque lá na frente ninguém quer saber o porquê que perdeu, o porquê que aconteceu isso. As pessoas querem resultados e nós mesmos também".

DERROTA NA FINAL

Seja como for, Scarpa classificou a derrota do Atlético na final da Libertadores para o Botafogo como 'inadmissível'. O Galo teve um jogador a mais desde o primeiro minuto de jogo, após a expulsão do volante Gregore.

"Falhamos de uma forma que não poderia falhar, jogamos com um jogador a mais na final de libertadores e foi uma derrota inadmissível. Todo mundo ficou incrédulo com o que aconteceu, mas tem que levantar e seguir em frente", se resignou.

FORA DE POSIÇÃO?

Durante os últimos anos de carreira, Gustavo Scarpa tem atuado mais aberto pela direita, como uma espécie de ponta, algo que, apesar do sucesso com gols e assistências, não é totalmente do seu agrado.

Gustavo Scarpa diz que prefere jogar centralizado, como um camisa 10, e evita conectar a reta final de temporada conturbada da equipe ao seu posicionamento dentro de campo. Nas boas e nas ruins, ele afirma: está ali para ajudar o Galo, independente de onde estiver atuando nas quatro linhas.

"Com Milito, Felipão e Abel, todos eles sabiam da minha posição de origem, porém todos viam em mim potencial para jogar em outras posições e confiavam em mim para jogar em outras posições. Eu não posso de forma alguma agora que as coisas começaram a dar errado a falar de posição, porque no nosso melhor momento durante o ano eu também estava jogando de ponta direita", reconheceu.

"Como eu sempre digo, estou aqui para ajudar o Galo no que precisam. A minha função de origem o pessoal sabe que é mais pelo meio, porém, se o treinador está me colocando de ponta e eu estou rendendo, vida que segue", finalizou. (Folhapress)