Mineiro de Serrania, no Sul do Estado, Elzo Aloísio Coelho teve carreira de sucesso no futebol. Atuando como volante, deu os primeiros passos no Ginásio Pinhalense-SP, vestiu a camisa da Internacional de Limeira e, em 1984, chegou ao Atlético. Começava ali uma caminhada exitosa. Do Galo à seleção brasileira foi um pulo, pelas “mãos” do lendário técnico Telê Santana (1931-2006).
Aos 63 anos e curtindo a aposentadoria em Machado, também ao sul de Minas Gerais, o ex-jogador aponta cenário promissor para o time do Brasil, sob o comando do treinador Dorival Júnior, antigo companheiro de Palmeiras. “Se ele (Dorival) implantar na seleção tudo o que sempre foi, como atleta e pessoa, teremos sucesso”, aposta Elzo, durante participação no programa Dimara Entrevista, no canal de YouTube de O TEMPO Sports.
Elzo jogou no Galo entre fevereiro de 1984 e fevereiro de 1987, quando foi vendido ao Benfica, de Portugal. Com a camisa alvinegra, fez 140 jogos, marcou dez gols e sagrou-se bicampeão mineiro (1985/1986), conforme dados do portal Galo Digital.
Na Copa do Mundo de 1986, desbancou figuras icônicas do futebol, a exemplo de Falcão e Toninho Cerezo, e foi titular do meio-campo verde-amarelo. Com a camisa 19, no Mundial do México, compôs o setor ao lado de Júnior, Alemão e Sócrates. Zico, recém-recuperado de lesão, ficou no banco.
Em 1989, Elzo retornou ao Brasil para defender o Palmeiras. Foi ali que conheceu Júnior, o Dorival, com quem firmou amizade.
“Jogamos juntos (no Palmeiras) e fizemos uma grande amizade no futebol. Dorival tinha liderança, uma pessoa educada, acima de tudo. Depois que ele assumiu a seleção, conversamos por telefone por muito tempo e citei a dificuldade que ele teria para administrar o futebol do nosso país. Não é nada fácil, porque existe uma vaidade muito grande, os empresários, os interessados por ‘fora’ que têm interesse de ver seus jogadores participando”, observa Elzo
O ex-volante dá mais detalhes sobre o papo com o amigo. “Depois que encerramos a carreira, ele se encaminhou para o lado de ser técnico, algo que não fiz, apenas trabalhei, às vezes, como comentarista, mas não quis trabalhar dentro do futebol, ser técnico, nada disso. A gente se falou por telefone, e perguntei a ele como iria trabalhar com as grandes dificuldades que envolvem a seleção. Ele foi bem claro. Disse ter noção dos entraves, mas garantiu que iria procurar resgatar aquilo que é nosso, que é o futebol, e tentar colocar a forma dele de trabalhar”, conta Elzo
O ex-jogador respondeu da seguinte forma ao argumento do amigo:
“Se você conseguir fazer isso, tenho certeza de que teremos muito sucesso na seleção brasileira. Desde que você enfrente tudo e faça tudo aquilo que sempre fez nos clubes. Sei da sua seriedade, sei da sua pessoa. Ele é o cara por quem mais torci para assumir a seleção brasileira. Porque ele não é aquele treinador que depende de coisas de fora para poder administrar uma equipe dentro de campo. Se ele implantar isso dentro da nossa seleção, teremos sucesso”. avaliza Elzo.