ANÁLISE

Kalil avalia era das SAFs e dispara: 'Leila é, disparadamente, a melhor dirigente do Brasil'

Ex-presidente do Atlético comentou, em entrevista exclusiva a O Tempo, sobre o atual futebol brasileiro

Por Fernando Martins Y Miguel
Publicado em 23 de maio de 2024 | 08:15 - Atualizado em 23 de maio de 2024 | 13:42
 
 
 

O ex-presidente do Atlético e ex-prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil deixou o futebol há quase dez anos, mas acompanha de perto o que acontece no esporte em que se destacou como um dos maiores dirigentes de clubes do país. Afinal, foi sob sua gestão que o Galo levantou as taças da Libertadores e Copa do Brasil.

E por ter local de fala, Kalil fez uma análise sobre o atual momento do futebol brasileiro, a chamada 'era das SAFs'. Em entrevista exclusiva a O Tempo, o ex-dirigente comentou sobre a divisão dos clubes em Liga Forte Futebol (LFF) e a Libra , que são dois blocos comerciais que negociam os direitos de imagens dos clubes filiados.

"Eu não posso falar sobre o Atlético porque estou afastado. E não quero estar lá com esse povo que está lá. Mas o futebol empobreceu. O futebol está mais pobre. Apesar de tudo, proporcionalmente, em 2013, o Atlético foi o terceiro em pay-per-view do Brasil. Era Flamengo, Corinthians e Atlético. E a gente tratava pay-per-view na mesa. Não tinha banco tomando conta da gente. A gente mesmo resolvia. Hoje parece que é o BTG e o XP, cada um é dono de uma liga", analisou.

Elogio

Kalil não poupou elogios a quem considera como melhor dirigente do futebol brasileiro atualmente.

"Acho que a Leila é disparada a melhor dirigente do Brasil. Botou um monte de homem no bolso. É uma mulher corajosa e competente. Futebol precisa ter coragem. Não adianta colocar o futebol na mão de covarde. E ela tem coragem. O rapaz do Fortaleza também faz um trabalho brilhante. Mas o futebol piorou muito", disse ele se referindo a Marcelo Paz, atual CEO do Fortaleza.

Kalil criticou sobre a postura dos dirigentes atuais na era das SAFs.

"O dirigente não participa mais do futebol. O futebol antigamente era melhor. Porque nós nos expunhamos. Hoje ninguém sabe quem é o culpado de quê", afirmou.

Por conta da transformação dos clubes em empresa, o futebol brasileiro vem se tornando caro aos bolsos dos torcedores, que se tornaram clientes dos clubes. Mas Kalil, assim como quando era dirigente, segue defendendo os aumento dos valores.

"Eu sempre defendi que futebol fosse uma coisa cara para sustentar o clube. Então eu não posso mudar de opinião agora que está acontecendo. É uma cultura natural que vai levar tempo. Vai demorar, mas é cultural, o futebol é caro no mundo inteiro. E no Brasil tem que ser senão não vai se sustentar", concluiu.

 

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