Atleticanos condenaram as atitudes racistas de torcedores argentinos, ocorridas no primeiro duelo entre os clubes pelas oitavas de final da Copa Libertadores, na última semana, em Buenos Aires. No entorno do setor visitante da Arena MRV, onde as equipes se enfrentam nesta terça-feira (20 de agostos), faixas foram esticadas e mensagens escritas nas ruas que dão acesso ao local. O duelo entre Atlético e San Lorenzo, que definirá quem seguirá na competição continental, terá início às 21h30 (de Brasília).

"O objetivo é causar constrangimento no público racista, que cada vez mais se faz presente no meio do futebol. Em especial, os argentinos. Os últimos casos não são isolados", destacou um membro da torcida organizada atleticana Resistência Alvinegra, que optou em não se identificar.

Na madrugada de hoje, preparamos uma mensagem direta e reta pros racistas que passarem por aqui. PRA RACISTA É SEM CONVERSA! 🔥#ResistêciaAlvinegra ✊🏾 pic.twitter.com/OOZpTqi0D3

— Resistência Alvinegra (@resistalvinegra) August 20, 2024

As faixas e as pinturas nas ruas foram feitas no fim da noite de segunda-feira (19) por membros da organizada.  "É também uma forma de avisar que racista não vai ser tolerado, que não estamos de olhos fechados para isso que vem acontecendo", acrescentou.

No confronto disputado no estádio Nuevo Gasómetro, em Buenos Aires, que terminou empatado em 1 a 1, torcedores do San Lorenzo foram flagrados imitando macacos em direção ao setor onde estava a torcida atleticana. Os gestos foram registrados em vídeos por Gledson Chaves, que trabalha com o atacante Hulk, que foi desfalque na partida. 

Veja o vídeo:

O episódio foi condenado pelo Atlético, que cobrou uma ação da Conmebol, responsável pela Libertadores. "Mais uma vez em partida válida pela Copa Conmebol Libertadores. Enquanto não houver punições severas, iremos conviver com esse tipo de situação cruel e desumana", disse o clube.

A avaliação é a mesma do atleticano membro da torcida organizada Resistência Alvinegra. Segundo ele, torcedores de outros clubes brasileiros também se tornaram vítimas do crime de racismo em partidas contra equipes argentinas.

"A Conmebol nos obriga a colocar material doze horas antes da partida, nos proíbe de levar bandeiras e sinalizadores, dificultam o máximo para fazer a nossa festa. Mas nos casos de racismo, é sempre a mesma história. Nota de repúdio e audiências que, na maioria das vezes, terminam sem punições. A tal impunidade", finalizou o torcedor.