Com Savinho, ex-atacante do Atlético, como uma das principais novidades, a janela de transferências da Premier Legue foi encerrada na última semana, com cifras milionárias. E algumas até 'arriscadas'. É o que aponta levantamento feito pelo portal Flashscore, que mostra que os clubes ingleses gastaram 2,17 bilhões de euros em 111 atletas, número superior até mesmo ao valor de mercado dos atletas.
À primeira vista, o Manchester City foi o clube que melhor gastou, puxado pela aquisição de Savinho por 25 milhões de euros, sendo que o ex-atleticano tem cotação atual de 51,8 milhões de euros. Outro clube que também se destacou foi o Liverpool, com a contratação de Federico Chiesa a preço reduzido.
Mas, dentro do relatório da atual janela de transferências, também chamaram atenção os investimentos feitos por Brighton e Tottenham. Em busca de 'jogadores para o futuro', a dupla fez investimentos superiores aos valores de mercado dos atletas contratados.
No período de 78 dias entre 14 de junho a 30 de agosto, os clubes da Premier League gastaram um total de € 2,17 bilhões em 111 jogadores com um valor combinado de € 1,83 bilhão - uma diferença de 338 milhões de euros entre avaliação e realidade.
Desta forma, a taxa média de transferência foi de 19,5 milhões de euros para um jogador com um valor médio de mercado de 16,5 milhões de euros, o que sugere que os clubes pagaram, em média, 18,5% acima do mercado.
É preciso ressaltar que a questão do valor de mercado de cada atleta, realizado pelo Flashscore, leva em conta todas as variáveis possíveis.
“A avaliação dos jogadores é um processo muito complexo. O mercado determina o preço - há uma série de fatores que são importantes para os clubes, como a duração do contrato, a idade do jogador, a posição, os dados de desempenho, o histórico de lesões, a nacionalidade, a reputação do clube vendedor e muitos outros aspectos. E depois há que analisar estes fatores em relação ao mercado como um todo. Se houver poucos bons atacantes disponíveis no mercado, o preço dos atacantes torna-se automaticamente mais caro”, explica Thomas Freismuth, CEO da agência de jogadores Grow.
Investimentos inteligentes do City
Tal como na corrida pelo título nas últimas épocas, o Manchester City liderou o grupo dos que mais gastaram na liga, com Liverpool, Arsenal e Manchester United atrás.
A aquisição de Savinho por 25 milhões de euros destaca-se como a transferência mais inteligente, seguida de perto pela única contratação dos Reds, o vencedor da Euro 2020 Federico Chiesa, por “apenas” 12 milhões de euros (ele é avaliado em 34,7 milhões de euros).
Entretanto, a recontratação de Gundogan pelo Manchester City, numa transferência gratuita do Barcelona, ajudou a solidificar ainda mais a a posição dos blues no topo da lista.
O Arsenal garantiu o 'terceiro lugar' ao adquirir o meio-campista espanhol Mikel Merino, vencedor da Euro 2024, da Real Sociedad por 32 milhões de euros, bem abaixo do seu valor de 50,3 milhões de euros.
Enquanto isso, apesar do investimento de 62 milhões de euros em Leny Yoro, o Manchester United ficou em 'quarto lugar', tendo contratado Matthijs de Ligt, Noussair Mazraoui e Joshua Zirkzee por cifras significativamente inferiores aos seus respectivos valores de mercado.
O Crystal Palace foi o único outro clube a registar diferença positiva, em grande parte graças à contratação do meio-campista japonês Daichi Kamada (avaliado em 14,9 milhões de euros), que saiu da Lazio.
Brighton e Tottenham: onda de gastos arriscados
Nesta linha, o Brighton foi o clube que pior gastou, com o negócio recorde de 46,7 milhões de euros pelo atacante Georginio Rutter, que tem valor de mercado de 17,4 milhões de euros e fraco desempenho em sua passagem anterior na Premier League (nenhum gol em 11 jogos pelo Leeds United).
A compra de Yankuba Minteh, avaliado em 12,1 milhões de euros, por 38,8 milhões de euros, pelo Newcastle, também gerou algumas críticas. “Ninguém tem uma receita garantida para o sucesso, pois há muitas variáveis e fatores que nem sempre podem ser controlados. O tempo dirá se os Seagulls identificaram mais duas joias escondidas, e não seria surpresa para ninguém se eles conseguissem o dobro ou o triplo do investido no futuro”, ressalva Thomas Freismuth.
Logo atrás do Brighton ficou o Tottenham, que parece ter apostado tudo em jogadores 'de potencial' com as aquisições de Dominic Solanke, do Bournemouth, e dos adolescentes Archie Gray, Wilson Odobert e Lucas Bergvall, por um total de 144,9 milhões de euros, quase o dobro do valor de mercado do quarteto (76,8 milhões de euros).
O Chelsea aparece com o terceiro posto negativo da lista do Flashscore, com uma diferença negativa de 51,6 milhões de euros, após as contratações de Omari Kellyman por 22,5 milhões de euros (avaliado em 964 mil euros) e João Félix por 49,2 milhões de euros (avaliado em 30,2 milhões de euros), embora a transferência gratuita de Tosin Adarabioyo (avaliado em 14,3 milhões de euros) do vizinho Fulham pareça ter sido uma jogada inteligente.