O futebol feminino de Minas Gerais vive grande fase, com Cruzeiro em destaque nacional, o América na elite e o Itabirito subindo para a Série A2. Quem estava destoando desse bom momento era o Atlético, que agora sonha em voltar para a elite nacional e acompanhar o processo dos outros clubes mineiros.
O Atlético retomou o futebol feminino em 2019. O início foi muito promissor, com três títulos do Campeonato Mineiro (2020, 2021 e 2022) e o acesso para a Série A1 em 2021. No entanto, acabou rebaixado em 2024 com uma campanha muito ruim por conta da falta de investimento no time.
Em 2025, o Atlético mudou mais da metade do elenco e se preparou para brigar para voltar para a Série A1. O início foi ruim e o time chegou a correr risco até de um novo rebaixamento, mas uma mudança no comando, com a chegada da treinadora Fabi Guedes, também mudou os rumos das Vingadoras, que agora estão a um empate de conseguir seu objetivo de retornar para a elite.
O Atlético está nas quartas de final da Série A2, onde já venceu o primeiro jogo, contra o Vitória, por 1 a 0, na Arena MRV. O decisivo jogo de volta acontecerá no dia 5 de julho, sábado, às 15h, em Salvador. Um empate garante as Vingadoras nas semis e, consequentemente, na Série A1.
LUTAR ATÉ O FIM! 🖤🤍
Nos minutos finais, o primeiro gol do @Galoffeminino na @ArenaMRV, com a raça do Clube Atlético Mineiro! 🐓
Um passo importantíssimo na luta pelo acesso, Massa! ⚔️ pic.twitter.com/7L89kwKOy1
“É um bom momento do futebol feminino brasileiro. Temos um adversário (Cruzeiro) que está muito na frente. O Itabirito que acabou de conseguir o acesso (para A2) e a gente lutando (para A1). Isso mexe muito com a gente, porque o lugar do Galo é na primeira divisão. Vamos lutar para isso acontecer”, disse a treinadora atleticana, Fabi Guedes.
Com Fabi no comando, o Atlético está invicto, somando cinco vitórias e um empate. Além das quartas da A2, as Vingadoras estão na 3ª fase da Copa do Brasil. A meta da treinadora e do clube é, primeiro, voltar para a primeira divisão, e depois se estabelecer como um time da elite, como o América tem conseguido, para aí visar voos maiores, como o Cruzeiro hoje.
Rebaixamento “estava nos planos” do Atlético
O rebaixamento para a Série A2 colocou o Atlético em rumo diferente dos demais clubes mineiros, que estão em evolução e conquistando cada vez mais espaço no cenário nacional. No entanto, esse passo atrás foi um risco assumido pelo clube.
No balanço de 2023, o Atlético destacou que o foco do futebol feminino em 2024 era em “melhorias estruturais, sem foco no desempenho esportivo”. Ou seja, assumiu o risco de ser rebaixado, como aconteceu.
Diante do objetivo de estruturar a modalidade, o Atlético conseguiu, de fato, dar ao feminino um local digno de treinamento. Em março de 2024, entregou uma reformada Vila Olímpica para as Vingadoras terem espaço para treinamentos e atividades. Além disso, elas também fazem trabalhos na Cidade do Galo, CT do time principal, algumas vezes na semana.
Se conseguir o retorno para a elite já no primeiro ano, o Atlético deixa de estar na contramão da evolução do futebol mineiro, onde o próprio clube se colocou, e volta aos mesmos trilhos dos rivais estaduais.
“Para os próximos anos, o Galo busca cada vez mais o crescimento gradual e sustentável da modalidade, dentro e fora do campo, com adequação orçamentária, novas metodologias e melhor desempenho esportivo”, cita o balanço de 2024.
Estrutura e investimento do Atlético no futebol feminino
Depois de denúncias de falta de estrutura e material em 2023, com as Vingadoras treinando em campos amadores de Belo Horizonte, sem qualquer estrutura para atender times profissionais, o Atlético corrigiu essa rota.
Como citado, o clube reformou a Vila Olímpica, antigo CT do time masculino, com reestruturação do gramado, vestiário e salas de departamentos médico, fisiológico e fisioterapêutico. Para isso, contou com parcerias exclusivas da modalidade, como a Adidas fornecendo materiais novos, como chuteiras, além da expansão do patrocínio máster do time masculino para o time feminino
As Vingadoras também ganharam um ônibus exclusivo para deslocamento. No dia 23 de junho, atuaram pela primeira vez na Arena MRV, outra conquista importante para a modalidade. Normalmente, o time feminino joga na Arena Gregorão, em Contagem, local também utilizado por Cruzeiro e América.
O investimento do Atlético no futebol feminino em 2024 foi de R$ 7 milhões. Para 2025, por exemplo, R$ 1 milhão do novo patrocínio máster, da H2 Bet, foi destinado ao feminino. No entanto, ainda não houve divulgação dos valores, mas o natural é não ser muito distante do que foi no ano anterior.