Com a definição do confronto entre Cruzeiro e Atlético nas quartas de final da Copa do Brasil, de acordo com sorteio realizado nesta terça-feira (12), na sede da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), no Rio de Janeiro, uma questão já começa a ser colocada: os clássicos contarão ou não com a presença das duas torcidas?
Desde o início de 2024, as diretorias dos dois clubes firmaram um acordo para que os clássicos entre Cruzeiro e Atlético não tenham a presença da torcida visitante.
Naquela ocasião, a SAF Cruzeiro ainda estava sob a gestão de Ronaldo Fenômeno. O acordo entre os clubes determinava a ausência da torcida visitante em todos os clássicos ao menos até o final de 2025.
Entretanto, esta situação ganhou um novo contorno depois que o time celeste passou a ser gerido por Pedro Lourenço, que defende a ideia de retomar os clássicos com a presença das duas torcidas.
Em agosto de 2024, em entrevista exclusiva à O TEMPO Sports, Pedro Lourenço revelou ter procurado Rubens Menin, um dos sócios majoritários do Atlético, para tentar reverter o acordo.
"Essa é a minha ideia e sempre vou trabalhar a favor das duas torcidas no Mineirão e na Arena (MRV) deles. Ele (Menin) me disse o mesmo. Nós somos torcedores de arquibancada, da geral. Então, ter o estádio dividido, com duas torcidas, é muito importante", afirmou Pedro Lourenço na ocasião.
As conversas, entretanto, acabaram não evoluindo até o final da temporada passada.
Neste ano, em fevereiro, Pedro Lourenço afirmou ter chegado a um acordo com Rubens Menin para que, caso os clubes chegassem à final do Mineiro, os clássicos pudessem ser disputado com as torcidas divididas meio a meio. O detalhe é que as duas partidas teriam que ser no Mineirão.
O Atlético, por sua vez, não teria intenção de 'abrir mão' de mandar o clássico em seu estádio, a Arena MRV. Por este motivo, em maio, a diretoria alvinegra descartou a proposta. No final das contas, o Cruzeiro acabou não chegando à final do Estadual.
HISTÓRICO DO CLÁSSICO
Desde a inauguração do Mineirão, em 1965, na grande maioria das vezes, Atlético e Cruzeiro disputaram clássicos com torcida dividida (50% para cada lado).
Entretanto, após a reforma do Gigante da Pampulha para sediar a Copa do Mundo de 2014, este formato se tornou cada vez mais raro.
Na reinauguração do 'Novo Mineirão, em 2013, Atlético e Cruzeiro se enfrentaram com torcida dividida. O mesmo também ocorreu no confronto entre os arquirrivais pela extinta Primeira Liga em 2017.
Depois, nos demais clássicos, a equipe visitante passou a contar apenas com a carga de 10% dos ingressos disponíveis para as partidas.
Uma das exceções ocorreu na final do Mineiro de 2022, entre os arquirrivais, disputada em jogo único, mas com mando de campo da Federação Mineira de Futebol (FMF).
Questionada pela reportagem, as forças de segurança de Minas Gerais não colocam empecilhos para a realização do clássico com torcida dividida meio a meio.