Quantas histórias conhecemos de garotos que abandonaram os estudos para tentar a carreira como jogadores de futebol? Se conseguir uma vaguinha no profissional, então, aí que os livros serão mesmo trocados de vez pela bola.

Recém-chegado ao Atlético, o zagueiro Igor Rabello não se destaca apenas pelo bom futebol apresentado no Botafogo. Além do bom posicionamento, da bola aérea e de gols, o currículo do atleta também lista graduações de licenciatura e bacharelado em educação física.

Assim que concluiu o ensino médio, aos 17 anos, ele ingressou em faculdade do Rio de Janeiro, sua terra natal, período em que já vivenciava a transição entre a base e a equipe principal.

“Não foi fácil. Comecei sabendo que poderia ocorrer uma transferência, mas não aconteceu. Consegui levar os três anos de licenciatura, mas, quando fui fazer o bacharelado, foi um pouco mais difícil, já tinha a Libertadores (com o Botafogo, em 2017), as viagens, mas tudo conversado com os professores e coordenadores para alinhar o melhor pra mim”, disse o zagueiro, que encerrou os estudos aos 22.

Como jogador profissional, ele pode até não atuar diretamente na função como um educador físico, por exemplo, mas o conhecimento adquirido tem grande importância no dia a dia.

“É muito bom você saber o que está fazendo no campo, na academia. Às vezes você sabe para que é aquilo, até para você prevenir as lesões. É o futuro, a carreira acaba com 38 anos, a média. E depois ainda tem vida. Tem que buscar aprendizado e conhecimento”, ressaltou Rabello.

O jovem zagueiro segue os mesmos passos do goleiro Victor, hoje uma referência não só no Atlético, mas em todo o Brasil, tanto do ponto de vista técnico dentro de campo como de caráter e postura fora dele. Victor, 35, é formado em educação física há 14 anos.

“Isso mostra uma nova concepção de atleta, uma nova mentalidade. Tem diminuído aquela história do boleiro, bagunceiro, que gosta de noite, que não gosta de treinar. Isso já está caindo por terra. A gente agora vê as pessoas procurando se formar, se informar, buscado informação fora de campo, ainda mais com a capacidade de fazer cursos online”, ressaltou o camisa 1 do Galo.

Aproveitando-se dessa comodidade de cursos a distância, o volante Lucas Cândido, 25, que pode se dizer estar na metade da carreira profissional, e o jovem zagueiro Matheus Stockl, 18, que acaba de iniciá-la, começam, neste semestre, a estudar educação física na Universidade do Galo, uma parceria do clube alvinegro com a Universidade Brasil.