Nos três momentos diferentes desde que chegou à comissão técnica do Atlético, Thiago Larghi conseguiu dar sua dose de contribuição, mesmo alternando períodos favoráveis e outros nem tanto. Erros fizeram e fazem parte do aprendizado de um profissional de 37 anos, que completa um ano de clube nesta quarta-feira. Antes de chegar ao atual status, ele foi assistente-técnico de Oswaldo de Oliveira, antes de ocupar o cargo de interino, quando o companheiro de profissão foi demitido.
Mesmo aparecendo pouco como assistente, ele desempenhou uma função importante ao passar para o treinador dados, números, aproveitamentos e características dos atletas, informações que eram referências para as escalações e opções de Oliveira.
Em todos os períodos, Larghi precisou trabalhar duro para convencer a diretoria e torcedores sobre sua capacidade. Aos poucos, ele conseguiu subir de posições até chegar à função de treinador efetivo, algo que muitos não pensavam que poderia acontecer, quando sua responsabilidade atingiu outro nível. “As mudanças foram grandes em um ano de trabalho. Eu, particularmente, não esperava ser treinador neste momento. Imaginava que seria auxiliar após a saída do Oswaldo. Mas um novo treinador não veio, o trabalho aconteceu de uma forma positiva e o grupo assimilou bem nossas idéias. Foi uma junção de fatores que nos permitiu assumir esta nova condição”, detalha.
Nos 32 jogos como interino, Larghi conseguiu dar um padrão ao time que antes não aparecia com frequência. A consistência em muitos momentos pesou para a diretoria investir no profissional, certo de que uma continuidade seria mais benéfica do que uma troca no meio da temporada.
Após um ano da chegada ao Galo, Larghi fala em "Libertadores e montar time forte". Veja nesta quarta-feira os três momentos principais do treinador no Atlético. #Galo #Atlético #ThiagoLarghi pic.twitter.com/JsbY6EoXgf
— O Tempo (@otempo) 26 de setembro de 2018
“Ele tem evoluído muito em todas as funções que passou. É um excelente treinador, que está apenas começando, mas já mostra ser muito inteligente e estudioso. Possui boas idéias e padrões bem definidos de proposta de jogo. Ele tenta passar isso para o grupo e tentamos absorver isso da melhor maneira. Tenho certeza que ele vai amadurecer ainda mais e terá uma carreira de muito sucesso”, analisa o zagueiro Leo Silva, que acompanhou o treinador em todos estes momentos dentro do clube.
Responsabilidade bem maior em nova função
Como treinador efetivo, o buraco mostrou que seria mais embaixo. As dúvidas (próprias, da imprensa e dos torcedores) são comuns e só reforçam a necessidade de um aprimoramento constante para diminuir a margem de falhas. “A realidade como técnico principal é outra, bem diferente, ainda mais fazendo parte de um clube enorme como o Atlético. Fizemos parte deste processo de remontagem, de acordo com as necessidades da diretoria de rejuvenescer o elenco e enxugar a folha salarial. O objetivo do segundo semestre é deixar o Atlético dentro da zona da Libertadores. Tão importante quando isso é termos conseguimos implantar um padrão de jogo que poderá ajudar para termos uma sequência de vitórias em busca desta meta”, pontua o treinador.
Em um torneio tão competitivo como o Campeonato Brasileiro, pequenos deslizes podem fazer uma grande diferença. Larghi tem percebido isso na pele e um dos exemplos veio no último jogo, contra o Flamengo, quando uma decisão errada na forma de montar e escalar a equipe não funcionou. Ainda no primeiro tempo, o treinador sacou o argentino Tomas Andrade para tentar consertar a falha de marcação pelo lado direito, o que não evitou derrota para um concorrente direto na classificação.
Com muito para aprender e contribuir, Thiago Larghi usa a experiência adquirida nas outras funções para tomar as melhores decisões, certo de que sua responsabilidade, agora, é bem maior. Sua missão, no atual momento, é manter o Atlético no G-6 e evitar os altos e baixos é caminho fundamental para comprovar seu valor. Cumprir a meta pode ser fundamental para sua permanência no cargo, já pensando na próxima temporada.
“Vamos em busca do objetivo da Libertadores para, no ano que vem, montar um time mais forte para ir em busca de títulos grandes. O sonho de conquistar o Brasileiro não acabou, enquanto houver chances matemáticas vamos seguir na luta. Assim como toda a torcida do Atlético, eu acredito”, reforça o comandante.