O Atlético firmou um acordo com credores da Arena MRV para a inclusão dos direitos de transmissão de 2024 como garantia de pagamento dos Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs), captados no ano passado para conseguir concluir a obra. A projeção é de que o Galo receba R$150 milhões no próximo ano com a exposição, performance e pay-per-view na disputa do Campeonato Brasileiro Série A.
Com o novo acordo, essa receita futura com a disputa do Brasileirão, entra como garantia de pagamento do empréstimo feito para concluir as obras do estádio. A informação inicial sobre a inclusão dos direitos de transmissão foi dada pelo Deus Me Dibre e confirmada por O Tempo Sports.
O documento, emitido pela Virgo, empresa que atua como agente dos credores, demonstra que a garantia dos direitos de transmissão será exclusivamente referente ao valor recebido durante a temporada de 2024. A receita projetada leva em consideração a disputa da Série A.
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Em 2022, o Atlético foi ao mercado financeiro para conseguir o valor restante para finalizar as obras da Arena MRV. Dois certificados foram emitidos - um de R$200 milhões e outro de R$240 milhões. O Galo espera quitar esses valores até 2029 com o que vai receber quando o estádio estiver em operação. Valores arrecadados com cadeiras cativas e camarotes, por exemplo, já estavam no negócio. Agora, o clube incluiu os direitos de transmissão como garantia.
Um CRI é uma espécie de dívida que uma empresa privada contrai para poder utilizar recursos que ainda não estão em caixa. É uma forma de antecipar algum pagamento (no caso a Arena MRV, referente à venda de cadeiras, camarotes e patrocínios) futuro para direcionar estes recursos recebidos com os títulos para uma construção de um imóvel.
O Atlético optou por incluir os direitos de transmissão como garantia. No acordo com os ‘CRISISTAS’ é preciso ter garantia de 40% do valor da dívida com esse grupo, o que dá aproximadamente R$200 milhões.
Esse valor sempre foi composto com as contas a receber da Arena MRV, que basicamente são os valores a receber por venda de nove mil cadeiras e todos os camarotes. No entanto, o clube optou por não vender cerca de quatro mil cadeiras cativas, colocando esses assentos para comercialização na operação do estádio, por entender que o valor arrecadado será maior.
Com essa adequação, ‘o contas a receber’ ficou em R$100 milhões e, para recompor essa garantia, foi colocado o contrato dos direitos de transmissão de 2024. É fundamental ressaltar que não houve por parte do clube a antecipação de receita desse contrato de direitos de transmissão.
Essa garantia passa por uma conta vinculada, com o OK de uma securitizadora. Estando tudo oK, o dinheiro é novamente liberado para o clube. Nada mais é do que uma recomposição de garantia.