Memória

Quem são as mulheres que serão homenageadas na camisa do Atlético no sábado (9)?

Camisas que jogadores do Galo usarão no clássico contra o América terão nomes de mulheres mineiras e que foram protagonistas em suas áreas de atuação

Por O Tempo Sports
Publicado em 08 de março de 2024 | 17:40
 
 
 
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O Atlético entra em campo neste sábado (9), no jogo de ida das semifinais do Campeonato Mineiro, contra o América, na Arena MRV, com uma série de ações especiais em homenagem às mulheres. Entre elas, a camisa terá um patch especial e cada camisa terá, no lugar dos nomes dos jogadores, o nome de uma mulher mineira, que foi protagonista em sua área de atuação, além de atleticanas que marcaram sua biografia com a relação com o clube.

Os 28 nomes escolhidos pelo Galo contaram com a consultoria da advogada e filósofa Maria Walkiria Cabral, nascida na capital mineira, atleticana e professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e especialista em Diretos Humanos. “Podemos encontrar como elemento comum a essas homenageadas a capacidade de produzir rupturas importantes nos padrões clássicos, que muitas vezes engessam as estruturas e impedem que pessoas ‘fora do padrão’ acessem determinados lugares”, disse a advogada e filósofa.

Confira detalhes das homenageadas:

  • ADÉLIA PRADO (1935) – Maior poetisa do Brasil viva, Adélia Prado nasceu em Divinópolis. É também romancista e consagrou-se como a voz mais feminina da poesia brasileira.
  • ALAÍDE LISBOA (1904 – 2006) – Pedagoga, jornalista e escritora, ela é mineira de Lambari. Foi membro da Academia Mineira de Letras e professora emérita da Universidade Federal de Minas Gerais. 
  • ALICE NEVES (1871-1967) – Mãe de um dos fundadores do Atlético, Mario Neves, Alice Neves bordou os primeiros uniformes e bandeiras do Atlético. Era na pensão que ela possuía na rua Timbiras que os jovens estudantes se reuniram para discutir assuntos do jovem clube. Como forma de levar as meninas para torcer para o Atlético, batia de porta em porta para que as mães liberassem as suas filhas para ir aos jogos.
  • ALZIRA REIS (1886 – 1970) – Natural de Minas Novas, foi a primeira médica formada no estado. Ela teve uma vida marcada pelo pioneirismo e pela luta em prol das causas femininas. Em 1913, frequentava a Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais. 
  • ANA CÂNDIDA (1920 – 2022) – A Vovó do Galo foi uma torcedora símbolo. Foi abraçada pela Massa por causa do amor que, mesmo com mais de 100 anos de idade, dedicava ao clube. Era presença constante nas arquibancadas até o seu falecimento.
  • BARBARA HELIODORA (1759 – 1819) – Nasceu em São João del-Rei e participou de reuniões da Inconfidência Mineira. É considerada heroína do movimento, por sua coragem em não deixar que seu esposo, Alvarenga Peixoto, vacilasse, dizendo-lhe a célebre citação: “Trair jamais. Embora não importa, seja infinito o sofrimento cruel”. 
  • BEATRIZ BRANDÃO (1779 – 18268) – Nascida em Vila Rica (atual Ouro Preto) foi uma poetisa, tradutora, musicista e educadora brasileira. 
  • CARLOTA MELLO (1915 – 2020) - Mineira de Salinas, formou-se como enfermeira pela Escola da Cruz Vermelha e se inscreveu no curso de Enfermagem de Emergência do Exército. Tornou-se tenente e ficou marcada por integrar a Força Expedicionária Brasileira (FEB) no conflito na Itália, na Segunda Guerra Mundial.
  • CAROLINA MARIA DE JESUS (1914 – 1977) – Nascida em Sacramento (MG), é uma das mais importantes escritoras negras da literatura brasileira. 
  • CÁSSIA ELLER (1962 – 2001) – Carioca de nascimento, morou em Belo Horizonte dos seis aos 10 anos, quando aprendeu a amar o Galo e as cores preta e branca.
  • CARMEN LÚCIA (1954) - Nasceu em Montes Claros é jurista, professora e magistrada brasileira. É ministra do Supremo Tribunal Federal, a corte máxima do Brasil, desde 2006. 
  • CHICA DA SILVA (1732 – 1796) – Nascida no Serro, Chica da Silva, casada com um mercador de diamantes, é um flagrante caso de como o racismo no Brasil sempre esteve presente nas maneiras mais sutis.
  • CONCEIÇÃO EVARISTO (1946) – Nasceu em Belo Horizonte e se tornou participante ativa dos movimentos de valorização da cultura negra em nosso país. É uma das maiores personalidades da literatura contemporânea feminina brasileira e membro da Academia Mineira de Letras.
  • DONA MIGUELINA (1949 – 2021) – A torcida do Galo fez  uma bandeira para essa mãe de um craque. Com essa homenagem para Dona Miguelina, que enfrentava um câncer, Ronaldinho foi abraçado pela Massa e retribuiu o afeto. 
  • ELVIRA KOMEL (1906 – 1932) - Nasceu em São João do Morro Grande, hoje município Barão de Cocais. Graduou-se em Ciências Jurídicas e Sociais, no Rio de Janeiro, e se tornou líder do Movimento Feminista de Minas Gerais. Foi a primeira advogada a atuar em Minas Gerais, no Fórum da Comarca de Belo Horizonte.
  • HELENA GRECCO (1916 – 2011) – Nascida em Abaeté, em 1916, fundou e presidiu em Minas Gerais o Movimento Feminino pela Anistia. 
  • HENRIQUETA LISBOA (1901-1985) – Nascida em Lambari, foi a primeira escritora a ser eleita integrante da Academia Mineira de Letras, em 1963. 
  • HIPÓLITA JACINTA (1748 – 1828) – Nascida em Prados, no Campo das Vertentes, participou de forma efetiva da conjuração mineira, o primeiro movimento anticolonial do Brasil. Ousou sair da vida doméstica e reivindicou seu lugar de fala no meio político, algo raro para mulheres na época.
  • IRACEMA TAVARES (1912 – 2010) – Mineira de Guaranésia, foi a primeira mulher na América Latina nomeada para o Ministério Público. 
  • LYGIA CLARK (1920 – 1988) – A artista nasceu em Belo Horizonte e iniciou seu aprendizado artístico com Burle Marx. É uma das fundadoras do Grupo Neoconcreto e participou da sua primeira exposição em 1959. 
  • MAGDA BECKER (1932-2023) – Um dos nomes mais importantes da área da alfabetização no Brasil, com reconhecimento internacional, Magda é natural de Belo Horizonte. Professora emérita da UFMG, foi uma das fundadoras da Faculdade de Educação da universidade. 
  • MARILIA DE DIRCEU (1767 – 1851) - Ela não foi apenas a musa do inconfidente e poeta Tomás Antônio Gonzaga. Natural de Vila Rica (atual Ouro Preto), foi uma mulher que não se submeteu às atribuições femininas impostas à época. Aos 25 anos pediu emancipação do pai, uma forma de ter sua autonomia financeira.
  • MARTHA MIRAGLIA (1938) – Nascida em Belo Horizonte, foi multiatleta e se destacou no vôlei, no basquete e no atletismo. Foi atleta do Atlético e conquistou pela seleção brasileira a medalha de ouro no vôlei nos Jogos Pan-Americanos de Chicago, em 1959. 
  • NENEM ALUOTTO (1913 – 2003) - Torcedora fanática do Galo e que estava sempre presente nos jogos nos primeiros anos do clube. Em 1927, venceu um concurso chamado “Rainha dos Sports”. Auxiliou, de forma efetiva, o trabalho da doutrina espírita do médium Chico Xavier.
  • TIA CÉLIA (1928 – 2017) – Tia Célia “formou” várias gerações de atleticanos. As crianças que ela conduziu para entrar com os jogadores do Galo nos campos se tornaram pais, mães e passaram a levar os filhos aos cuidados da coordenadora dos ‘mascotinhos’. Tia Célia também entrava em campo sempre carregando uma imagem de Nossa Senhora da Aparecida, ao lado da amiga Dona Terezinha.
  • TIA TEREZINHA (1949) – Presença constante nos jogos do Atlético, por muito tempo, organizou as crianças atleticanas para entrar em campo com o time. Junto com a Tia Célia, formou uma legião de novos atleticanos. 
  • VIDA ALVES (1928 – 2017) - A atriz, autora e apresentadora nasceu em Itanhandu. Com uma carreira de mais de 70 anos, começou no rádio e depois atuou em telenovelas, contracenando com grandes nomes. Protagonizou o primeiro beijo em uma telenovela no Brasil.
  • YARA TUPINAMBÁ (1932) – Nascida em Montes Claros, iniciou os estudos de arte com Guignard, em 1950. Responsável pela implantação de um programa do Ministério do Trabalho para requalificação do artesanato no estado de Minas Gerais. 

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