Copa América

Seleção brasileira espera ser mais bem tratada pela torcida

Após vaias em São Paulo, Brasil quer contar com carinho do povo baiano para garantir a classificação

Por Josias Pereira
Publicado em 16 de junho de 2019 | 07:00
 
 
 
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SÃO PAULO. As vaias na saída para o intervalo na abertura da Copa América, quando o placar ainda apontava 0 a 0 no duelo entre Brasil e Bolívia, não agradaram os jogadores da seleção. É conhecida uma certa má vontade dos paulistas em relação ao time canarinho, fato que é antigo. As demonstrações no Morumbi, do ponto de vista da dinâmica do jogo, com o Brasil atacando mais do que os rivais sul-americanos, mostraram-se desnecessárias. Por isso, a seleção brasileira espera contar com o carinho dos torcedores baianos terça-feira na Fonte Nova, em Salvador, para passar pela Venezuela e garantir a classificação no grupo A.

“Para falar a verdade, eu não entendi muito (as vaias). Estava 0 a 0, fizemos uma boa primeira etapa, mas faz parte. O torcedor sempre vai querer ganhar, vencer os jogos atuando bem, isso faz parte do futebol”, disse o jovem atacante David Neres.

Na Bahia, o lateral-direito Daniel Alves espera que a situação seja diferente. Ele vai jogar exatamente no estádio do time que o revelou para o futebol, o Bahia. “Acredito que metade do estádio lá vai ser meu. É sempre uma alegria voltar onde tudo começou, sempre passa um flashback quando piso naquela terrinha, mas sem dúvida nenhuma que o axé lá vai ser diferente”, garante Daniel Alves.

O técnico Tite admite que os jogadores sentem as vaias. “Claro que sente. Sente, sim”, disse o treinador. “O jovem sente. O técnico sente, não é insensível. No intervalo, coloquei que o nível de concentração tinha que ser alto e que tínhamos que passar por aquela adversidade”, declarou o comandante da seleção.

Outro ‘garoto’ do time, Richarlison entendeu as vaias como resposta do público à falta de gols. “Foi uma partida boa. No primeiro tempo ali rolou até uma certa vaia porque o gol não saiu logo. Mas mantivemos a cabeça tranquila quanto a isso. No segundo tempo voltamos mais ligados ainda, saiu o gol logo no começo, isso nos deixa mais tranquilo e conseguimos marcar os 3 a 0”, pontuou o atacante.

Lembrança. Na mesma Fonte Nova e contra o mesmo rival, a seleção estreou na Copa América de 1989, a última disputada no país. Uma escolha do técnico Lazzaroni gerou clima hostil em Salvador. O treinador cortou Charles, do Bahia, da lista. Preferiu Renato Gaúcho, Romário, Bebeto e Baltazar. Charles e toda a torcida do Bahia ficaram sabendo da dispensa um dia antes do jogo contra os venezuelanos, em 1º de julho. A seleção entrou em campo sob vaias, ovada e rojões. (Com agências)

Vaga. Com a seleção ainda buscando a melhor formação, o atacante Everton, do Grêmio, que entrou no segundo tempo da partida contra Bolívia e marcou o terceiro gol do Brasil, vê a chance de ser titular no time de Tite em aberto, principalmente após a boa apresentação com a amarelinha. “O Tite costuma passar para nós que não tem titular e nem reserva, quem tiver melhor, com certeza, vai jogar e quem tem a ganhar”, diz o jogador.

Peso das costas. Para Everton, o gol pode deixá-lo ainda mais confiante para a partida de terça-feira. “Eu venho em um momento bom, procuro estar usufruindo disso. Eu vinha me cobrando por esse gol. Acaba tirando esse peso, essa ansiedade de fazer o primeiro gol e, com certeza, vai dar mais confiança e vai fazer com que eu me sinta confortável dentro da seleção”.

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