Nome vinculado a uma das maiores punições desportivas sofridas pelo Cruzeiro, o ex-jogador Denilson fez revelações sobre o período em que esteve na Toca da Raposa. Estrela de times como Arsenal e São Paulo, o ex-volante confessou que não queria ter assinado com o time mineiro e se arrepende de sua postura.
"Vim sem vontade alguma. Quem pediu a minha contratação foi o Paulo Bento (técnico português). Assim que chego, rapidamente ele foi demitido e chegou o Mano Menezes. Não fui profissional, o culpado fui eu. Eu vacilei com o Cruzeiro, que tinha profissionais maravilhosos. Me arrependo", disse ao Charla Podcast.
Contratado por empréstimo junto ao Al-Wahda, dos Emirados Árabes Unidos, Denilson desembarcou em Belo Horizonte em julho de 2016, após assinar vínculo até dezembro daquele ano. Sem chamar a atenção nos treinos e principalmente nos jogos, o atleta disputou apenas cinco partidas com a camisa estrelada, sendo duas como titular.
Na conversa, o esportista contou porque retornou ao Brasil, aos 28 anos, desmotivado. "O Thiago Scuro (então diretor de futebol) me convidou. Mas eu estava bem demais lá (na Arábia), com a vida estabilizada e mais dois anos de contrato", explicou.
"Mas o sheik entrou em contato comigo dizendo que iria se desfazer de mim, porque só podia três ocidentes e um asiático (no elenco). Eles iam contratar outro atacante e não estavam mais precisando de um volante. Ele me disse: 'Vai para o Cruzeiro, fica mais uma temporada e depois retorna'", completou.
Perda de pontos
No acordo entre o Cruzeiro e Al-Wahda, o clube brasileiro deveria ter pago 850 mil euros, enquanto os árabes arcariam com seu salário. No entanto, a Raposa não fez o pagamento.
Em maio de 2020, a Fifa tirou seis pontos da equipe na Série B do Campeonato Brasileiro, que ainda estava por começar. Sem pagamento, ainda naquele ano, o Cruzeiro arriscava ser rebaixado automaticamente para a terceira divisão nacional. A dívida foi quitada apenas em agosto de 2021, pela gestão de Sérgio Santos Rodrigues.