A Polícia Militar de Minas Gerais também se pronunciou, nesta quarta-feira (4 de dezembro), sobre a definição do jogo entre Cruzeiro e Palmeiras, válido pela 37ª rodada do Brasileiro, no Mineirão, acontecer com portões fechados. Segundo a PMMG, desde o início, foi recomendado pela corporação que a partida tivesse única, mas, que em nenhum momento, a polícia afirmou que não garantiria a segurança em caso de torcida mista.
"Na análise de risco, foram identificados os três cenários (torcida única, torcida mista e portões fechados), e a PM identificou que o de menos risco seria o de torcida única. A Mancha Alvi Verde está banida, mas não os torcedores. Nossa preocupação era que com torcida mista, com base nos confrontos entre torcidas de Cruzeiro e Palmeiras, como ambos foram em rodovias federais, teríamos o risco aumentado. Em nenhum momento dissemos que não faríamos o policiamento", afirmou o comandante-geral da Polícia Militar, Carlos Frederico Otoni Garcia.
E completou: "diante de qualquer decisão da CBF, faríamos o policiamento. Hoje mesmo (4/12), agora, estamos com equipe nas estradas de Minas Gerais fazendo segurança de possíveis torcedores. O policiamento existe. Estou falando apenas de diminuições de risco".
Entenda
Os pedidos para que a Mancha Alvi Verde, uma das principais organizadas do Palmeiras, fosse banida dos estádios de Minas Gerais aconteceu por uma recomendação do Ministério Público de Minas Gerais.
No dia 27 de outubro, a Mancha Alvi Verde promoveu uma emboscada contra a organizada do Cruzeiro, Máfia Azul, em São Paulo, quando os cruzeirenses retornavam de Curitiba, após partida entre Raposa e Athletico-PR. O cruzeirense José Victor dos Santos Miranda foi morto na emboscada.
Desde então, MP e Cruzeiro tentam, junto à CBF que a partida entre Cruzeiro e Palmeiras, nesta quarta (4/12), acontecesse com torcida única. Conforme apurou a reportagem de O TEMPO Sports, o posicionamento da CBF, na figura do presidente Ednaldo Rodrigues, é sempre que as partidas tenham duas torcidas, para garantir a isonomia. Mas, que em função da recomendação da PM por torcida única, a entidade também adotou essa função.
"Em função da Polícia Militar de Minas Gerais ter encampado essa nova posição, com o máximo respeito, tardiamente, com menos de 24 horas do horário programado para a partida, não há mais tempo hábil para que a partida seja disputada com torcida mista, visto que a operação necessária à organização de uma partida de futebol, ainda mais de uma competição como a Série A do Brasileirão, reclama o envolvimento e mobilização de inúmeros prestadores de serviços de inúmeras atividades e serviços indispensáveis", disse a CBF ao justificar, agora, a não presença definitiva da torcida para Cruzeiro e Palmeiras.
Sobre o ofício da CBF, o comandante-geral da Polícia Militar, Carlos Frederico Otoni Garcia, disse: "quando recomendamos a torcida única, é porque ela tinha menor risco. Não quero afirmar que as outras situações não têm riscos. Mas não nos exemplos da responsabilidade de segurança pública. A CBF é que tem poder de tomar a decisão de dizer como o jogo vai acontecer. A nossa é só uma recomendação". (Com Dimara Oliveira e Paula Coura)