Fernando Diniz vive o ápice da crise desde que chegou ao comando do Cruzeiro. Bastaram cinco partidas no ano - dois amistosos e três partidas oficiais -, para a torcida celeste entrar em colisão com o treinador. O estopim foi o empate contra o Betim, neste sábado. O técnico foi xingado por cruzeirenses desde o primeiro tempo.
Diniz ouviu gritos de ‘burro’, outros xingamentos, além de esbrevejos para que ele peça demissão. “O Cruzeiro não precisa de você”, disseram os 33 mil torcedores no Mineirão. À frente do Cruzeiro, Dinz tem um desempenho baixo. São 20 jogos, considerando os amistosos da pré-temporada contra São Paulo e Atlético nos Estados Unidos. Ele soma quatro vitórias, nove empates e sete derrotas.
Foram apenas 21 pontos conquistados, dentre os 54 disputados desde que Fernando Diniz chegou à Toca da Raposa em setembro de 2024, após a demissão de Fernando Seabra.
Fora da libertadores e título perdido
As críticas da torcida celeste ao trabalho de Fernando Diniz começaram ainda no ano passado. Ele pegou o Cruzeiro na quinta colocação do Brasileirão, na briga direta por uma vaga na Libertadores, e nas oitavas de final da Copa Sul-Americana. No entanto, no Brasileiro, Diniz não conseguiu levar o clube celeste à Libertadores deste ano.
Na Copa Sul-Americana, apesar de ter chegado à final, o trabalho foi contestado, principalmente, na derrota contra o Racing, no Paraguai, em função do desempenho da equipe e das escolhas do treinador como, por exemplo, de escalar o volante Walace, à época contestado, na equipe titular, em detrimento de Lucas Silva que vinha em melhor fase.
Nas duas competições, os torcedores reclamaram do futebol apresentado pela equipe com o estilo de jogo de Diniz. Algumas peças importantes para a equipe, como os laterais William e Marlon e o meia Matheus Pereira, caíram de produção sob o comando de Diniz. O camisa 10 acabou tendo de ir mais ao setor defensivo e tendo dificuldades na criação das jogadas e participação em gols.
William e Marlon, que se destacaram no jogo ofensivo sob o comando de Fernando Seabra, têm jogado com mais responsabilidade de marcação e saída de bola, e não criando as mesmas oportunidades de gol de outrora.
Reunião
Após o empate contra o Betim, ainda nos vestiários do Mineirão, Fernando Diniz teve uma reunião de avaliação do trabalho com o CEO do clube, Alexandre Mattos, e com o presidente e investidor da SAF, Pedro Lourenço. Na entrevista coletiva, o treinador afirmou que há uma pressão por bons resultados e que há um “limite”.
“A gente teve uma conversa particular, não vou entrar no teor da conversa. A reunião teve um conteúdo, assim, de conversa sobre o time, da conversa em relação a mim. A conversa tem que existir. É uma cobrança, porque os resultados são muito ruins”, disse aos jornalistas.
Pressionado pela torcida, Diniz terá uma maratona de cinco jogos do Campeonato Mineiro pela frente, dentre eles, dois clássicos. O próximo compromisso do time será contra o Itabirito, em Belo Horizonte. Depois, haverá duelos com o Uberlândia, América, Atlético e Democrata.