O Cruzeiro ainda é uma incógnita. A Raposa começou a temporada com Fernando Diniz, muito criticado pelo péssimo trabalho de 2024. O treinador permaneceu à frente do time por somente três jogos no Mineiro, além de dois amistosos nos Estados Unidos. Pressionado e muito vaiado pela torcida, Diniz não resistiu e foi demitido. O interino Wesley Carvalho assumiu.

Antes da última rodada da primeira fase do Mineiro, o português Leonardo Jardim foi anunciado. Ele comandou o time na derrota para o Democrata-GV, na Arena do Jacaré, em Sete Lagoas, por 2 a 1, e nos dois jogos contra o América, ambos empatados por 1 a 1, na eliminação celeste na semifinal do Estadual (o time perdeu nos pênaltis).

“Tive a felicidade de trabalhar em equipes que jogavam pelos primeiros lugares, para ganhar. Mas precisamos ser conscientes, porque não gosto de criar falsas expectativas. Há equipes no Brasileirão que estão mais bem preparadas, porque vêm de um, dois, três anos de trabalho, como Botafogo, Palmeiras, Flamengo…”, avalia Jardim.

Em contrapartida, o técnico promete trabalhar para alcançar os rivais na competição.  “Não estamos no mesmo nível, mas queremos ser uma equipe protagonista também nesse nível. Isso leva tempo, mas queremos fazer esta evolução, crescendo, ganhando, para ter consistência em termos de presente e, principalmente, de futuro”, projeta o cruzeirense.

Desde 22 de fevereiro, data do último jogo com o Coelho, o time está sem jogos oficiais, e o treinador aproveita o período com amistosos, jogos-treino e trabalhos na Toca da Raposa 2 para conhecer seu elenco. A grande expectativa do torcedor celeste é que o comandante monte uma equipe competitiva, aproveitando a qualidade dos bons jogadores que o clube contratou.

No início da temporada, Pedrinho, que prometeu dois títulos aos cruzeirenses este ano, abriu o cofre, e trouxe jogadores de nome e peso no futebol nacional, como os atacantes Gabigol e Dudu, e o zagueiro Fabrício Bruno, gerando uma enorme, porém (até então) frustrada expectativa em seu torcedor. Além deles, chegaram o zagueiro Mateo Gamarra, o volante Christian, os meias Rodriguinho e Eduardo, o lateral-direito Fagner e os atacantes Bolasie, Marquinhos e Wanderson.

A esperança dos cruzeirenses era de um Campeonato Mineiro brilhante, coroado pelo título. Mas a realidade foi outra. A Raposa não mostrou futebol, conseguiu somente três vitórias e os três técnicos que passaram pelo comando não conseguiram montar um time. Agora a expectativa é que o treinador mude a formação em algumas posições bem criticadas pela torcida. Nos jogos-treinos e amistosos, Jardim alternou muitos jogadores, em todas as posições, não deixando brechas para especulações.

Na meta, Cássio ainda não caiu no gosto do torcedor. Mas com reservas que também não enchem os olhos dos cruzeirenses (Léo Aragão e Otávio), deve seguir. William ganhou um concorrente à altura na lateral direita: Fagner. O ex-corintiano mostrou um bom futebol nas chances que teve, e pode se tornar titular. Na outra lateral, ao que parece, Marlon e Kaiki vão esperar no banco, com Lucas Villalba assumindo.

A zaga deve ser formada por Fabrício Bruno e Jonathas Jesus. No meio, mais pontos de interrogação. Matheus Henrique está garantido. Mas e ao lado dele? Lucas Romero e Wallace brigam por um lugar. E Matheus Pereira, a julgar pelo fraco futebol mostrado este ano, pode perder a posição de titular. Eduardo corre por fora. Outra opção é Dudu entrar no meio.

Mas e o setor ofensivo? Existem duas probabilidades. Leonardo Jardim pode escalar uma dupla ou um trio. Gabigol, tido como intocável, e Wanderson, contratado a pedido do técnico, estão garantidos. Em caso de três jogadores, a outra vaga seria de Dudu, com a formação do meio sendo alterada.

Mas a principal expectativa dos cruzeirenses é pelo bom futebol. Leonardo Jardim tem um bom e vasto currículo e aceitou o desafio. Mas a SAF celeste precisa entender que o futebol é um processo, pelo qual fazem parte, não só vitórias, mas também derrotas. A paciência com o novo treinador irá durar por quantas rodadas do Brasileiro? Ele ainda terá que administrar o elenco entre o Nacional, a Copa do Brasil e a Copa Sul-Americana.

Destaque: Gabigol

Time base: Cássio; William, Fabrício Bruno, Jonathan Jesus e Villalba; Lucas Romero, Matheus Henrique e Mateus Pereira; Wanderson, Gabigol e Dudu

Técnico: Leonardo Jardim

Briga por: Sul-Americana