Os estádios de Minas Gerais vão precisar se adequar para fazer o reconhecimento facial de torcedores. A afirmação é do vice-governador do Estado, Mateus Simões, e foi dada após reunião com clubes, órgãos públicos e entidades de futebol para apresentar novas medidas de segurança nos locais

De acordo com a Lei Geral do Esporte (nº 14.597/2023), a partir de junho deste ano, os estádios que apresentam capacidade de mais de 20 mil lugares terão que adquirir o reconhecimento facial. Dos clubes da Série A, 15 vão ter que se adequar à regra.

Segundo Simões, os estádios de Belo Horizonte (Arena MRV, Mineirão e Independência) já têm câmeras, mas elas não têm a capacidade tecnológica necessária para identificar os torcedores devidamente. Desta maneira, foi divulgado aos lugares um gabarito com as especificações técnicas que os equipamentos precisam atender.

"Câmera muito alta, com baixa resolução e pouca variação de ângulo não serve. As câmeras atuais são projetadas para monitorar manutenção da ordem. Estamos começando a pensar em reconhecimento facial", afirmou Simões.

Segundo a Polícia Civil de Minas Gerais, que também esteve presente na reunião, há alguns fatores que dificultam a identificação. São eles:

  • Posição da câmera que dificulta a visualização do rosto do torcedor;
  • Problemas com número de câmeras e distribuição delas dentro dos estádios;
  • Baixa resolução de imagens; 
  • Luminosidade, pois eventos esportivos são não controlados em termos de fotografia; 
  • Posição da referência para a captura da imagem. Muitas vezes o indivíduo circula no estádio olhando o celular; 
  • Uso de adornos e adereços como bonés, chapéus, torcedores com rosto pintados.

Saiba mais

 A Lei Geral do Esporte estabelece que é obrigatório o cadastro biométrico de torcedores acima de 16 anos como condição para a entrada nos estádios de futebol em dia de jogos.

Por isso, os clubes de futebol do país implementaram sistemas de cadastramento biométrico de torcedores em suas plataformas de venda de ingressos, bem como o uso de tecnologia de reconhecimento facial na entrada dos estádios. 

Com isso, o torcedor que deseja comparecer aos jogos deve realizar o cadastro biométrico prévio na plataforma de venda de ingressos pelos clubes. A partir do cadastro biométrico, a entrada do torcedor no estádio fica condicionada à verificação de sua identidade nas catracas. Esses dados dos clubes são enviados aos estádios para validação da passagem dos torcedores na hora do jogo.