Em menos de três meses no cargo de técnico do time profissional do Cruzeiro, o português Leonardo Jardim conseguiu mostrar o poder de comando que possui dentro da Toca da Raposa 2. A polêmica envolvendo o atacante Dudu evidenciou isso.

Tudo começou na contratação do profissional, que deixou os Emirados Árabes para trabalhar no Brasil. Pedro Lourenço, dono da SAF celeste, prometeu ao europeu autonomia no clube, o que vai muito além das escalações do time nos jogos.

Em entrevistas recentes, Jardim externou ser o responsável não só pela sua comissão técnica e pelos atletas, respondendo também por outros departamentos, como de saúde e preparação física, além de reportar à diretoria o que quer para o elenco – que ainda está longe do ideal, conforme sua visão.

No caso de Dudu, com quem teve problemas internos e questionou publicamente sua condição de reserva – o que já havia sido deixado claro entre as partes – Jardim mostrou que sua autoridade está acima de qualquer estrela. Primeiramente, pelo bem da equipe, o treinador colocou no banco as duas principais contratações da temporada: Dudu e Gabigol.

E no momento em que se sentiu desrespeitado por um de seus comandados, o técnico tomou uma drástica atitude. O tirou da delegação, numa tentativa de mostrar não só ao camisa 7, mas a todos os colegas, que existem regras e hierarquia, e as mesmas devem ser respeitadas no Cruzeiro.

Caso Dudu, que teria solicitado a saída de Jardim, deixe realmente o clube, a "queda de braço" terá sido ganha pelo técnico, que tem o respaldo de Pedrinho para tomar as decisões que achar necessárias para o bem do time. Com altos e baixos quando o assunto é desempenho, a torcida celeste aguarda a janela de transferências de julho.

Isso porque Leonardo Jardim frisou, em algumas ocasiões, que pouco participou da montagem do atual plantel, o qual ele não está satisfeito. Por isso, há expectativa pelos movimentos do Cruzeiro no mercado pautados pelo português de 50 anos.