Diretora do Mineirão recém-empossada, Jacqueline Alves tem como uma de suas principais atribuições manter boas relações com os clubes, especialmente o Cruzeiro, já que o estádio é considerado a sua casa. No cargo há pouco mais de um mês, ela comentou sobre a relação com a Raposa e o dono, Pedro Lourenço.

"Nós temos um relacionamento bom com os clubes e já sentei à mesa com o Pedro. Eles (cúpula celeste) têm participado ativamente da nossa operação para apoiar, entregar uma melhor experiência ao nosso torcedor e melhorar em eficiência. Eles apontam quais são os principais pontos", disse Jacqueline em entrevista exclusiva ao O TEMPO Sports nesta quarta-feira (7/5).

Sem entrar em detalhes, ela indicou que o contrato entre a Minas Arena, concessionária que administra o Gigante da Pampulha, e a SAF celeste, deve ser renovado – acordo atual vale até dezembro de 2025. "A intenção é construir uma relação longa", completou.

Apesar do arquirrival Atlético ter o seu próprio estádio, a gestora afirmou que também conversa com representantes do Galo, que, às vezes, precisa acionar o Mineirão para mandar suas partidas. "Também tive alguns contatos com o pessoal do Atlético, que teve alguns jogos aqui recentemente", explanou.

Jacqueline Alves, que trabalhava na empresa nas áreas de administração e finanças há cerca de 10 anos, assumiu a gestão da Minas Arena no início de abril de 2025, substituindo Samuel Lloyd. Profissional viveu altos e baixos em sua relação com o Cruzeiro.

Relação recente conturbada

No dia 23 de janeiro de 2023, Ronaldo anunciou que a relação com Gigante da Pampulha havia acabado. "Não haverá nenhum jogo nosso no Mineirão neste ano. É um problema grande que o governo do estado precisará resolver. A população e o torcedor do Cruzeiro têm o Mineirão como a sua casa. Só que um contrato mal feito de antes da Copa de 2014 fez o governo ficar refém", disse.

A principal reclamação era sobre os custos para se jogar no Gigante e a ausência de lucro do clube sobre os eventos, como em repasses de vendas de comidas e bebidas, camarotes e estacionamento. Com isso, o time passou a mandar partidas especialmente na Arena Independência, do América, em Belo Horizonte.

Com o impasse instaurado, o governo de Minas Gerais precisou intervir através de uma comissão. A Minas Arena, concessionária que administra o estádio por um acordo de Parceria Público Privada (PPP) desde 2010, quando ele fechou para obras que visavam a Copa do Mundo de 2014, pode usufruir do estádio até 2037.

Após alguns meses de reuniões, houve um acordo entre as partes, com a melhora das condições para o Cruzeiro. Apesar de ele ainda não ser 100% satisfatório, as críticas públicas cessaram.

Em fevereiro deste ano, Pedro Lourenço expôs um descontentamento com o acordo. “Eles têm que pôr a mão na consciência. Por exemplo, no camarote, a gente não recebe um tostão. Tudo é deles. Estacionamento, tudo. O Mineirão é bom só para eles. Vou cumprir o contrato que termina esse ano", disse.