A Justiça de São Paulo realiza nesta segunda-feira (30 de junho), às 10h, a primeira audiência de instrução do processo que apura o ataque de integrantes da torcida organizada Mancha Alviverde, vinculada ao Palmeiras, contra torcedores da Máfia Azul, do Cruzeiro. O episódio ocorreu em 27 de outubro de 2024, na Rodovia Fernão Dias, em Mairiporã, na Região Metropolitana de São Paulo, e resultou na morte de José Victor Miranda, além de 15 feridos.

 

A sessão será realizada por videoconferência no fórum de Mairiporã, na Região Metropolitana de São Paulo, e marca o início da fase processual destinada à coleta de depoimentos de vítimas, testemunhas de acusação e de defesa. Os interrogatórios dos réus ocorrerão em momento posterior. A decisão sobre o envio dos acusados a júri popular será tomada apenas após a conclusão de todas as audiências, ainda sem prazo definido.

Segundo a denúncia do Ministério Público, 27 torcedores da Mancha Alviverde foram acusados pelos crimes de homicídio qualificado, tentativa de homicídio e incêndio. Segundo as investigações, o grupo interceptou ônibus que transportavam cruzeirenses para a capital paulista, onde ocorreria partida entre Palmeiras e Cruzeiro pelo Campeonato Brasileiro. Os agressores utilizaram barras de ferro, pedaços de madeira e artefatos incendiários. Um dos veículos foi incendiado, e José Victor Miranda, que estava no interior do ônibus, não conseguiu escapar. As agressões foram gravadas pelos próprios envolvidos e divulgadas em redes sociais.

 

Dos 27 denunciados, 21 estão presos preventivamente, e seis são considerados foragidos. Vinte já foram formalmente transformados em réus no processo que começa a ser instruído nesta segunda-feira. Os demais respondem a uma ação penal paralela, ainda sem audiência marcada, pois a denúncia segue em fase de análise pela Justiça.

Entre os réus estão membros da liderança da torcida organizada do Palmeiras, como Jorge Santos (presidente), Felipe dos Santos, conhecido como Fezinho (vice-presidente), Leandro Santos (Leandrinho) e Neilo Silva (Lagartixa).

Segundo o advogado Gilberto Quintanilha, que representa 11 dos acusados da Mancha Alvi Verde, seus clientes negam qualquer participação nas agressões. Já o defensor do presidente da Mancha Alviverde, Jacob Filho, informou que não irá se manifestar. As demais defesas não foram localizadas.

Relembre o caso

Na manhã de 27 de outubro de 2024, torcedores da Mancha Alviverde organizaram uma emboscada na Rodovia Fernão Dias, na altura de Mairiporã, e atacaram os ônibus da torcida Máfia Azul, que se dirigia a São Paulo para acompanhar a partida entre Cruzeiro e Palmeiras. Conforme apontado pela Polícia Civil, os envolvidos empregaram instrumentos de agressão física e coquetéis molotov.

*Com Estadão Conteúdo