Decepção

Análise: Cruzeiro vê título escapar e mostra incapacidade de segurar resultado

Assim como diante do Sousa, pela Copa do Brasil, empate com o Atlético também lhe dava o seu principal objetivo

Por Gabriel Moraes
Publicado em 08 de abril de 2024 | 08:00
 
 
 
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O Cruzeiro entrou no gramado do Mineirão na tarde desse domingo (7/4) com um resultado (0 a 0) que já o garantia como campeão estadual — Situação parecida com a da primeira fase da Copa do Brasil. Mas os placares finais foram indigestos, e expõem a incapacidade do time de Nicolás Larcamón de 'segurar' um jogo.

No clássico, a equipe começou fazendo o que os mais de 61 mil torcedores que incentivavam no estádio queriam: ofensividade, indo em busca da vitória. E foi assim que as arquibancadas 'explodiram', quando Mateus Vital, após um belo primeiro tempo, aos 6 minutos da segunda etapa, fez o gol que parecia ser o do título.

Mas a postura da Raposa mudou quando o técnico argentino alterou a formação, tirando o próprio Vital para colocar o zagueiro João Marcelo — que surpreendentemente começou no banco de reservas. Com o meio-campo menos povoado, o Cruzeiro praticamente chamou o Galo para jogar e tentar fazer os dois gols que lhe concediam a virada e o pentacampeonato.

Com o triunfo escorrendo pelas suas mãos, Nico teve que mexer no time novamente, tirando Neris (ou seja, voltando a ficar com dois zagueiros) para colocar mais gente no campo de ataque. Mas diferentemente do Cruzeiro, o Atlético parecia ter mais capacidade de se defender e sair em contra-ataques para segurar o resultado que queria — e foi assim que saiu o gol de Gustavo Scarpa, o terceiro, nos minutos finais.

Semelhantemente aconteceu em Sousa, na Paraíba, quando outro 0 a 0 também o dava o direito de avançar de fase, praticamente a obrigação do clube mineiro. Mas lá, Larcamón, mesmo com o empate, colocou jogadores de frente, o que acabou dando errado, já que os mandantes efetuaram dois gols fulminantes que renderam ao Cruzeiro um dos reveses mais vexatórios de sua história.

Será que Nico, no Gigante da Pampulha, não queria cometer o mesmo erro daquela partida? Ele não admitiu, mas é um treinador que assume as responsabilidades, apesar de não mostrar com clareza no que errou.

Assim como Paulo Pezzolano e Pepa, ele chegou com a confiança da China Azul, mas terá que se redobrar para mostrar que merece o cargo. Boas atuações e, principalmente, resultados na Copa Sul-Americana e no Campeonato Brasileiro serão essenciais para ele.

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