Técnico em 2021

Conceição revela bastidores de quando treinou Cruzeiro: 'Tinha contrato absurdo'

Além de problemas financeiros, técnico afirmou que havia divergência entre dirigentes do clube celeste

Por O Tempo Sports
Publicado em 13 de junho de 2023 | 11:48
 
 
 
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Salários atrasados, contratos "absurdos" e divergências entre dirigentes foram alguns dos problemas que o técnico Felipe Conceição, hoje no Santa Cruz, revelou ter passado no Cruzeiro em 2021. Em entrevista ao podcast CastFC, ele afirmou ter se arrependido de deixar o Guarani, de Campinas, para treinar o clube celeste.

Contratado no início daquela temporada com o objetivo de voltar com a Raposa à Série A, o treinador foi demitido em junho, após 19 jogos, com oito vitórias, três empates e oito derrotas (aproveitamento de 47,3%).

"Me arrependo, porque naquele momento eu poderia ter continuado no Guarani e colhido o que foi construído lá. Eu fui para o Cruzeiro achando que ajudaria a resolver. Muitos amigos, muitas pessoas e presidentes de outros clubes me ligaram e falaram 'não vai, você é bom profissional, mas não vai conseguir'", relatou Conceição.

"Ali eu errei na minha carreira. Não pelo clube, pelo amor de Deus. A torcida do Cruzeiro eu respeito demais, mas o momento do clube não era nem para o Felipe, nem para o Felipão, que foi meu antecessor, nem para o Vanderlei Luxemburgo, que foi meu sucessor. Nenhum treinador conseguiria. Os problemas eram gigantescos, basta ver o que o Ronaldo fez", completou.

De acordo com o técnico, profissionais do clube tinham dificuldade em receber os vencimentos naquele período. "O Cruzeiro precisava de uma gestão melhor e de sanar vários problemas do clube, como salários atrasados e contratos absurdos com atletas. Tinha atleta que, se fizesse cinco jogos, triplicava o salário. E o clube sem receita, cheio de dívida, com os funcionários há quatro meses com o salário atrasado, no mínimo. Era um contexto muito pesado. Dos cinco meses trabalhados, recebi só um."

Além das questões financeiras, segundo Felipe, a Raposa tinha problemas entre os próprios dirigentes. "Era todo dia um problema, uma insatisfação. De jogador em relação à diretoria, mas muito também de parte da diretoria que não era unida. Você mexia numa situação, incomodava a diretoria 'A', mexia em outra, incomodava a diretoria 'B'. E é coisa que não tem que ter. Você tem que ter autonomia. Isso era dentro do time, e qualquer situação que você fazia dava problema", disse.

"Tinha a situação dos funcionários mais carentes pedindo ajuda e uma pressão gigantesca da dimensão da torcida e do clube que é o Cruzeiro", relatou o treinador.

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