Conselho gestor do Cruzeiro pede a Sergio Rodrigues que retire candidatura

O momento de reconstrução do Cruzeiro caminha lado a lado com os bastidores políticos do clube, que tendem a se aquecer cada vez mais. A novidade da vez foi um pedido do conselho gestor da Raposa a Sérgio Santos Rordrigues para que ele retire sua candidatura à presidência da instituição. O grupo apoia Emílio Brandi, que encabeça a outra chapa, em eleições marcadas para o dia 21 de maio, às 18h30. Em troca, o conselho gestor afirma ter oferecido apoio a Sérgio no pleito de outubro.

"Gostaríamos que ele fosse o nosso candidato, do conselho gestor e do grupo transparência, para outubro. Mesmo sabendo que em outubro será outra batalha, seria importante ele sentar junto com o conselho gestor e começar a entender as coisas de hoje. O Cruzeiro em que ele trabalhou, na gestão do Gilvan, era muito diferente do que é hoje", aponta Gustavo Gatti, integrante do conselho gestor do clube.

O Cruzeiro terá duas eleições em 2020: uma em maio para terminar o ano após a saída de Wagner Pires de Sá, e outra em outubro para definir o mandatário do triênio 2021-2023. Atualmente, o clube está sendo gerido por um conselho gestor, que vê como negativo o cenário de disputas políticas que se aproxima com as eleições de maio.

"Nós nos reunimos com o Sérgio para que possa evitar essa disputa política que está ocorrendo. Foram feitas propostas ao Sergio, inclusive para integrar o Conselho Gestor. O Sergio não aceitou nenhuma delas e ele quer manter a candidatura. Respeitamos, mas não concordamos. Ele foi radical, dizendo que não aceita, mas que vai consultar suas bases. Julgamos importante dar conhecimento à torcida dessa situação", conta Saulo Fróes, presidente do núcleo gestor do Cruzeiro.

Sérgio em dúvida quanto ao apoio

Consultado, Sérgio Santos Rodrigues confirmou que se reuniu nesta quarta-feira com o núcleo gestor da Raposa, mas que o apoio de outubro não ficou claro como um posicionamento formal de todo o grupo.

"Na reunião de hoje, eles novamente disseram que não seria um apoio formal do conselho gestor, essa que é a diferença. Eles falaram que nenhum deles teria interesse e que, naturalmente, eles me apoiariam. Mas, inclusive, um dos que estavam lá hoje disse que tende a me apoiar em outubro, mas que não sabe o que pode acontecer até lá. Para mim, esse apoio não foi colocado em hora nenhuma", conta Sérgio. 

"Em nenhum momento foi uma proposta firme de que todos vão nos apoiar em outubro, porque sempre há algum tipo de condicionante. Eles mesmos disseram que não tem como falar por todos, e nada impede que algum seja candidato em outubro. Nossa candidatura veio primeiro e é legítimo. Nós nos propomos a uma gestão conjunta, fizemos uma proposta de composição, que foi recusada", completa.

Segundo o candidato, ele ofereceu ao conselhor gestor uma proposta de manter o grupo no clube mesmo que vença as eleições, tendo ainda um de seus integrantes na sua chapa. Atualmente, tem Lidson Potsch Magalhães como seu primeiro vice já definido.

"Se eles têm o interesse de trabalhar só pelo Cruzeiro e não querem fazer política, só a gestão, repeti a proposta de um acordo: nós nos propomos a manter o conselho gestor até o fim do ano, dando um vice seja pro Emílio ou pro Anísio, que agora aceitou, para poder manter o conselho gestor na nossa chapa", pontua Sérgio.