Poderia ser pior

Cruzeirense atingida na cabeça por cadeira ainda tenta se refazer do susto

Vítima do vandalismo no Mineirão, a garçonete Nislene dos Reis Barbosa levou oito pontos, perdeu muito sangue e só conseguiu chegar em Ipatinga às quatro da manhã

Por Rodrigo Rodrigues
Publicado em 09 de dezembro de 2019 | 21:40
 
 
 
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"O susto não passou e a ficha não caiu ainda". Dessa maneira, a garçonete Nislene dos Reis Barbosa, de 39 anos, relembra o que ocorreu no Mineirão nesse domingo, na partida que culminou com o rebaixamento do Cruzeiro.

A cruzeirense, moradora do bairro Caravelas, em Ipatinga, foi uma das 15 pessoas atendidas no pronto-socorro João XXIII, com um corte profundo na cabeça, após ser atingida por uma cadeira. A agressão lhe custou oito pontos no local. Com o incidente, só conseguiu chegar ao Vale do Aço às quatro horas da manhã. Agora, precisará ficar cinco dias afastada do trabalho.

"Estava no setor superior amarelo. Na hora que começou o tumulto, desci em direção à saída. Quando estava descendo, os torcedores já tinham arrancado as cadeiras para arrremessá-las em direção ao campo. Uma delas pegou na minha cabeça", relata Nislene

No momento da pancada, ela disse que nada sentiu. "Fiquei em estado de choque. Sentei na cadeira e o sangue começou a descer. Perdi muito sangue. Uma pessoa que estava na torcida e eu não conhecia me socorreu até o ambulatório do Mineirão e, de lá, para o hospital. Minha irmã estava comigo e também foi atingida pela mesma cadeira, no supercíilio. Ela está com o olho roxo. Fiz alguns exames e não foi detectado problema mais grave, mas levei oito pontos e o corte foi muito profundo", conta.

Nislene faz parte de uma torcida organizada do Vale do Aço e frequenta o Mineirão desde 2010. Ela conta ter presenciado outras confusões no estádio, mas nada parecido com as cenas flagradas nesse domingo.

Além da dor física e do susto, a torcedora acumula a angústia pelo rebaixamento inédico do seu time do coração. Para ela, responsabilidade total da diretoria, a quem se refere como "omissa".

Apesar de toda a frustração, Nislene garante que, na próxima oportunidade, estará no Gigante da Pampulha apoiando a Raposa. "Volto porque tenho amor ao clube", declara.

Além da expectativa de ver o Cruzeiro se reerguer, a cruzeirense acalenta um desejo particular. "Meu sonho é conhecer o goleiro Fábio. Isso aliviaria um pouco", revela Nislene.

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