O Grupo Arco-Íris de Cidadania LGBTI+ foi autorizado pelo auditor do processo, Maurício Neves, a participar da audiência na Procuradoria do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) a respeito dos cânticos homóficos proferidos por parte das torcidas no duelo entre Cruzeiro e Grêmio, no dia 8 de maio, no Independência, pela 6ª rodada da Série B do Brasileiro.
Inicialmente, o julgamento do caso estava marcado para o dia 30 de maio, mas acabou suspenso depois que o Cruzeiro propôs uma "transação disciplinar", instrumento judicial em que denunciado e Procuradoria buscam acordo sobre qual seria a penalização adequada para o caso.
No dia seguinte (31 de maio), o Grupo Arco-Íris pediu ao STJD para que Cruzeiro e Grêmio promovam políticas contra a homofobia e LGBTIfobia, como forma de condenação.
Seis dias antes, o Grupo já havia requerido habilitação como "amicus curiae" (amigo da corte) para participar do julgamento. Agora, esta habilitação foi concedida pelo auditor para a audiência que definirá a punição aos clubes.
“Estamos completando 29 anos, e esse é mais um capítulo de uma longa batalha contra a LGBTIfobia. Também nos fizemos presentes em denúncias contra o Flamengo e contra a CBF por conta de práticas nas quais consideramos discriminatórias. Esperamos que possamos contribuir com políticas públicas para combater o preconceito no esporte”, manifestou Cláudio Nascimento, presidente do Grupo Arco-Íris.
No processo inicial, o Cruzeiro havia sido enquadrado no artigo 243-G, parágrafos 1º e 2º, do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD) e poderia ser penalizado com multa de R$ 100 a R$ 100 mil e até mesmo a perda de três pontos na Série B.
Gestor do Cruzeiro, Ronaldo Fenômeno fez duras críticas ao comportamento de "uma minoria" e classificou o ato como "inaceitável". Ele pediu apoio da torcida para fiscalizar e denunciar quem pratica atitudes deste tipo nos estádios.