Sucessão na meta celeste

Cruzeiro: Rafael vê Fábio como insubstituível e quer construir própria história

Novo goleiro cruzeirense lembrou ainda de sua trajetória, onde sempre sucedeu importantes nomes na posição, como Fábio Costa, no Santos, e De Sanctis, no Napoli-ITA

Por Josias Pereira
Publicado em 21 de janeiro de 2022 | 12:49
 
 
 
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Rafael Cabral chega com uma difícil missão de ser o sucessor de Fábio no gol do Cruzeiro. A saída do camisa 1, capitão celeste por tantas temporadas, ainda é sentida por muitos torcedores celestes, basta verificar os comentários nas redes sociais quando da chegada de Fábio ao Fluminense, seu novo clube. No entanto, Rafael não se vê na condição de substuir Fábio. O novo da meta celeste vê Fábio como um insubstituível, seja no gol da Raposa ou no coração dos torcedores cruzeirenses. 

Mas é com a mesma humildade e trabalho que marcam sua trajetória de sucesso no futebol que Rafael Cabral deseja escrever sua própria história dentro do Cruzeiro. 

"A história do Fábio é insubstituível no clube, no coração do torcedor cruzeirense, ele é insubstituível. Eu não tenho essa pretensão de substituí-lo, eu vim aqui para construir a minha história. Eu venho aqui com zero história, mas com muita vontade, com muita determinação, para escrever meu nome na história do clube. Eu não encaro como uma substituição e, sim, como uma sucessão porque ele é insubstituível porque é um cara que todo mundo admira, outros atletas admiram, torcedores de outros clubes admiram e eu sou um deles", declarou Rafael Cabral, em entrevista coletiva na Toca.

O novo goleiro cruzeirense comentou ainda sobre a honra de dar sequência ao trabalho construído por Fábio no gol celeste. Rafael lembrou de outros grandes nomes que também estiveram debaixo das traves, envergando a camisa estrelada. A história da escola de goleiros do Cruzeiro tem agora um novo capítulo, em aberto, mas que Rafael garante, será escrito com muita vontade. 

"Eu sou fã do Fábio e para mim é uma honra ser escolhido pelo Cruzeiro para jogar após ele. E eu encaro isso como uma honra mesmo, de poder dar segmento ao trabalho excepcional que ele fez. Eu não estou aqui para substituir a história de ninguém, a história dele é inacreditável, linda, e eu venho aqui para construir a minha história, assim como ele não substituiu a história de outros goleiros que passaram por aqui, como o Gomes, que ganhou a Tríplice Coroa, Dida, Raul Plassmann, Paulo César Borges que ganhou sete títulos aqui. Eu venho aqui para construir a minha história, com muita humildade, com muito trabalho e com muita vontade", acrescentou Rafael Cabral. 

O goleiro foi questionado ainda se sente pressionado pelo fato de chegar a um clube onde o antigo titular permaneceu por 17 anos, tendo no currículo grandes conquistas e quase mil jogos, um dos maiores recordes do futebol brasileiro. Rafael refutou tal fardo e vê o desafio como uma oportunidade. Ele ressaltou sua admiração por Fábio, inclusive o fato de ter ligado para o ex-cruzeirense há poucos dias para inteirar-se do clube. 

"Eu não encaro como pressão, eu sinto zero de pressão, não pela grandeza do Fábio, porque como eu disse, ele é uma referência. Eu fui uma vez convocado para a seleção brasileira com ele e eu estava muito feliz em conhecê-lo pessoalmente, ele acabou se lesionando e não foi. Foi uma tristeza para mim. Mantive contato com ele, conversei com ele há poucos dias, é um cara que eu admiro muito, mas eu não encaro como pressão Eu acho que encaro como oportunidade, como prazer, como honra, de vestir a camisa de um clube como o Cruzeiro, de poder dar continuidade ao trabalho dele, de poder escrever o meu nome na história do clube", disse Rafael.

"Eu não vou conquistar a confiança dos torcedores ou construir a minha história no clube diante de um microfone, falando na imprensa ou dando entrevista. Vai ser com muito treino, com muito trabalho, com muita paixão naquilo que eu faço, nos jogos, porque eu acredito muito que a torcida do Cruzeiro vai ser o diferencial neste ano. Mas isso tem que partir da gente dentro de campo, acho que a energia tem que vir de dentro para fora, igual aqui, eu estou conversando com vocês e falando aquilo que está no meu coração. Então gente, dentro de campo, nós vamos transmitir algo para vocês (torcedores) que vai fazer com que vocês acreditem em nós", salientou o goleiro.

Rafael Cabral lembrou que vários momentos de sua trajetória como goleiro profissional foram marcados por substituições a goleiros considerados ídolos nos clubes onde passou, a começar por Fábio Costa, no Santos. Por fim, deixou o clube paulista como um dos goleiros mais vitoriosos da história do clube, com três Campeonatos Paulista, uma Copa do Brasil (2010), uma Copa Libertadores (2011) e a Recopa Sul-Americana (2012). 

"A pressão para mim é positiva, todos os momentos da minha vida se você for analisar a minha história, eu, como goleiro, sempre substituir alguém, tive que jogar depois de alguém. Quando eu comecei no Santos, falavam muito do Fábio Costa e eu não queria substituir o Fábio Costa, eu queria construir a minha história. Acabei sendo um dos goleiros mais vitoriosos da história do Santos. Quando eu fui para o Napoli, estava para substituir o De Sanctis, que era um ídolo lá, um goleiro italiano que tinha muita moral e eu fui lá para construir a minha história. Até o ano passado, eu tinha sido o último goleiro a ser campeão lá (no Napoli), da Supercopa (da Itália, em 2014). Quando cheguei no Reading, a mesma coisa, goleiro da seleção argentina hoje (Emiliano Martinez, atualmente no Aston Villa), falaram 'pô,vai ser difícil substituí-lo' e eu acabei ganhando como melhor jogador da temporada do clube, o goleiro com o maior número de jogos sem tomar gols na história do clube. Aquilo que eu digo, eu não estou aqui para competir com ninguém, não quero competir com a história de ninguém, eu olho para a história dos outros admirando. Eu quero construir a minha história, com muito trabalho, com muita dedicação, e eu encaro isso como uma oportunidade. Isso não me traz um peso, somente uma expectativa, porque eu acredito que a pressão te mantém humilde, trabalhador, com os pés no chão e te mantém dependente de Deus e te faz sonhar", concluiu o goleiro cruzeirense. 

 

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