Acordo

Cruzeiro vislumbra 'paz' com a FMF; relembre as rusgas entre clube e entidade

Com a posse de Sérgio Santos Rodrigues, relação, antes conturbada, promete ser a melhor possível entre federação e filiado

Por Fernando Martins Y Miguel
Publicado em 02 de junho de 2020 | 12:27
 
 
 
normal

Na última segunda-feira (1º), após a posse do presidente Sérgio Santos Rodrigues, o Cruzeiro deu um grande passo para selar a paz com a Federação Mineira de Futebol (FMF). Algo impensável há cinco anos, já que no período, o clube faz questão de se posicionar de maneira contrária a determinadas decisões da entidade.

O encontro entre Adriano Aro, presidente da Federação Mineira de Futebol foi comemorado pelo clube. O próprio Sérgio Santos Rodrigues já havia elogiado a relação que tem com o atual mandatário da entidade máxima do futebol mineiro.

"Gosto muito do Adriano, me dou muito bem com ele, dou parabéns pela forma com que ele conduz a Federação Mineira. Nós já batemos um papo com ele e também com o Castellar (Guimarães Neto, vice-presidente da FMF e um dos vice-presidentes da CBF), um amigo querido", ressaltou.

As rusgas entre a federação e Cruzeiro não são de hoje. Muito pelo fato de a entidade ter tido como presidente, em junho de 2014, Castellar Guimarães Neto, filho do atual presidente do Conselho Deliberativo do Atlético e conselheiro do maior rival.

Castellar assumiu a Federação Mineira de Futebol em junho de 2014. Mas foi em 2015 que o caldo entornou. O então presidente do Cruzeiro, Gilvan de Pinho Tavares, acusou a entidade de ser Federação Atleticana de Futebol, quando a data de um clássico entre Galo e Cruzeiro não foi bem vista pelo lado celeste. Na ocasião, a Raposa alegava que o período do jogo entre os dois maiores rivais prejudicaria a equipe celeste na Libertadores, disputa em que participava paralelamente ao Estadual.

O presidente da FMF chegou a notificar o dirigente celeste, assim como Valdir Barbosa, que exercia o cargo de gerente de futebol do Cruzeiro.  Castellar pediu retratação a Valdir Barbosa após a declaração de que o mandatário da federação teria que ‘encarar o torcedor do Cruzeiro em um restaurante’.

2016

No ano seguinte, nova polêmica. Gilvan de Pinho Tavares, ainda como presidente da Raposa, reclamou de maneira contundente da FMF por conta da escolha de arbitragem mineira para um clássico no Estadual. Na ocasião, Gilvan pediu punição à federação por ter colocado no sorteio um árbitro de fora e outro do Estado, e não dois árbitros de fora ou dois árbitros do Estado. Na visão do dirigente, não houve critério por parte da entidade na escolha dos candidatos ao sorteio.

2017

No primeiro clássico da temporada, com mando de campo do Cruzeiro, no Mineirão, a diretoria celeste soltou uma nota de repúdio contra a FMF por liberar instrumentos musicais no Gigante da Pampulha, sendo que a torcida cruzeirense não tem a mesma regalia quando o clássico é realizado no Horto. Na visão do Corpo de Bombeiros, o Independência, por possuir o espaço da torcida visitante acima da torcida rival, coloca em risco a integridade física dos torcedores mandantes, caso a torcida visitante leva instrumentos ou bandeiras para adentrarem ao estádio.

Na nota de repúdio, o Cruzeiro fez um pedido: “Esperamos que um dia a Federação Mineira de Futebol volte a ser independente e imparcial, sem que seus dirigentes vistam a camisa de seu clube de coração, e que todos os seus filiados recebam o mesmo tratamento”.

Na véspera da grande decisão do Estadual daquele ano, torcedores do Cruzeiro jogaram milho na porta da sede da Federação Mineira de Futebol como forma de protesto.

2018

Na final do Campeonato Mineiro, com o Cruzeiro tendo Wagner Pires de Sá como presidente, e Itair Machado como gestor do futebol, o clima esquentou de vez. Membros da diretoria do Cruzeiro foram à vias de fato com seguranças e funcionários da FMF no Mineirão, após o clássico final. Itair Machado chegou a dizer que, dali adiante, resolveria as coisas na briga com a Federação, se preciso for.

Em dezembro daquele ano, Itair acusou Castellar Neto, então vice-presidente da CBF, de ‘contaminar’ a decisão da Câmara Nacional de Resolução de Disputas (CNRD), que deu parecer favorável ao Atlético para receber R$ 10 milhões da multa pela transferência de Fred.

2019

Antes de um clássico, a Federação Mineira de Futebol cogitou adiar a partida por conta da tragédia de Brumadinho, que vitimou mais de duzentas pessoas por conta de um rompimento de uma barragem na região.

Mas Itair Machado acusou a entidade de ser parcial ao afirmar que não havia sido consultado para um possível adiamento do jogo. “Quem manda é o Atlético”, declarou o dirigente na ocasião. Por fim, o jogo foi realizado na data prevista, sem qualquer adiamento.

Notícias exclusivas e ilimitadas

O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo profissional e de qualidade.

Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar. Fique bem informado!