Experiente, vitorioso, detalhista e com uma missão em mente: recolocar o Cruzeiro nos trilhos. Começou na tarde desta terça-feira a era Rogério Ceni na Toca da Raposa. Lances do destino. Justamente no clube, ao lado do Palmeiras, onde o ídolo absoluto do São Paulo marcou mais gols na carreira - foram sete no total -, Ceni tem uma nova oportunidade na consolidação de sua carreira como técnico de ponta no futebol brasileiro. E o comandante chega com alvos imediatos e ambiciosos. 

"Para mim é uma honra, um orgulho muito grande. Um clube que enfrentei muitas vezes, me tirou títulos. Quem sabe juntos agora possamos vencer o que falta na minha carreira (o título da Copa do Brasil). A camisa é lindíssima,o clube é grande, espero corresponder as expectativas de vocês", já apontou o treinador, assim que recebeu das mãos do presidente Wagner Pires de Sá a camisa do clube.



A camisa 01, inscrição que tornou-se a marca do ex-atleta no São Paulo. "É um momento mágico na carreira de qualquer pessoa chegar a um clube como o Cruzeiro. Um clube desse tamanho, bicampeão da Copa do Brasil. Temos um jogo contra o internacional, claro que tem dificuldades, mas talvez tenha sido um dos grandes fatos que me motivou vir pra cá. não se joga fora o fato de ter a chance de ser campeão. Vamos tentar nos reencontrar também no Campeonato Brasileiro. não é uma coisa que acontecerá rapidamente, pois a rodada é espaçada, mas vamos ter tempo para trabalhar", complementou o treinador, também recordando a situação que o time atravessa no Campeonato Brasileiro, hoje ocupando a 17ª posição no torneio, com 11 pontos conquistados. 
 

E sobre o fato de ter sido o algoz do Cruzeiro em tantas ocasiões, Ceni salienta que talvez tenha sofrido mais. Aquele título da Copa do Brasil conquistado em 2000 ainda reverbera, assim como a Libertadores 2015, a última chance que Rogério teve de conquistar outra vez a América, interrompida pela Raposa. 

"Eu fiz gol, mas tomei muitos. Perdi uma Copa do Brasil aqui em 2000. minha última Libertadores acabou no Mineirão contra o Cruzeiro em 2015. Peguei dois pênaltis naquele jogos, Fábio pegou dois, um foi para fora. e o São Paulo acabou eliminado, meu último sonho de ganhar a Libertadores. Sofri mais com o Cruzeiro, pelo time grande que é", recordou o hoje comandante. Estar no Cruzeiro para Ceni é uma realização. 

"Primeiro é um presente estar aqui. Depois, o destino vamos ver", apontou. 

O momento do Cruzeiro não é dos melhores. É notório. Mas Ceni também sabe que campeões não esquecem o caminho das conquistas. E é nessa esperança que o ex-jogador se concentra para buscar uma reação imediata na Raposa. 

"Jamais falaria nesse momento. se fosse adversário, nunca. E dar munição, não dá (sobre as deficiências do elenco). Todos os times têm suas falhas. é uma coisa que já observei e tentaremos trabalhar para corrigir. Conto muito com o talento individual de cada atleta. Um elenco qualificado que em algum momento perdeu o ritmo que vinha tento no início dos últimos. melhor ataque do país, 21 jogos sem perder. É um grande desafio", ressalta o comandante.

"Mais importante falei com eles é que se sintam bem, felizes. Isso é um paraíso para trabalhar, esse centro de treinamentos. Eles têm uma história aqui dentro. Quem já foi campeão sabe o caminho. Já conheceram o caminho para o título. E quem ganhou uma vez não esquece o sabor, que é incomparável", complementou Rogério Ceni.  
A estreia do técnico será contra o Santos, no próximo domingo, às 16h, pelo Campeonato Brasileiro, no Mineirão. O Peixe é o atual líder do torneio e vem badalado sob o comando do argentino Jorge Sampaoli.