Finalmente os 3 pontos

Estrela de Thiago Neves brilha, Cruzeiro vence São Paulo e acaba com jejum

Com o resultado, a Raposa chega aos 25 pontos, um atrás do CSA, o 17º, e também do Ceará, o 16º

Por Josias Pereira
Publicado em 16 de outubro de 2019 | 22:56
 
 
 
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De um lado estava o maior algoz. A equipe que em todas as estatísticas supera o Cruzeiro no histórico geral de partidas no Brasileirão, seja fora ou dentro de casa. Mas na visão do Cruzeiro, independentemente de qual camisa ocupasse o espaço de adversário, só a vitória interessava. E ele, enfim, veio. Mais de um mês e meio depois, a sorte voltou a sorrir para o time celeste, que depois de oito jogos sem vencer no torneio nacional e amargando a 18ª posição, mostrou solidez diante do badalado São Paulo de Daniel Alves e venceu por 1 a 0, gol dele, Thiago Neves, um dos mais criticados do elenco. Poderia ser até de meio a zero. O que importava, no discurso mais clichê e também mais realista para o momento, eram os três pontos. Estão lá, cravados na tabela.

Com o resultado, o time do técnico Abel Braga, que conquistou sua primeira vitória com a Raposa após quatro partidas, chegou aos 25 pontos, um atrás do CSA, o 17º, e também do Ceará, o 16º, que joga hoje, contra o Santos, na Vila Belmiro. No próximo sábado, o time vai até a Arena Corinthians, enfrentar os donos da casa e, dependendo dos resultados, pode até mesmo suspirar, saindo do Z-4. Vale muito. Vale tudo. É o drama do Cruzeiro, que começa a enxergar, nem que seja timidamente uma luz no fim do túnel.  

O Cruzeiro teve como rival Fernando Diniz em três oportunidades nesta temporada. Todas em duelos com o Fluminense. E o estilo de jogo de controle de bola proposto pelo treinador sempre foi um desafio para os celestes. Mas o São Paulo de Diniz, ao menos no quesito saída de bola, precisa de muito aperfeiçoamento.

O torcedor tricolor teve que prender a respiração com as saídas arriscadas da defesa. Na primeira etapa, uma troca de passes envolvendo o goleiro Tiago Volpi quase terminou em gol do Cruzeiro. Thiago Neves demorou demais para definir e perdeu a chance. O time de Abel Braga seguiu com seu nervosismo peculiar no ataque. A bola andou queimando no pé de alguns medalhões, como o meia Robinho, com uma atuação para lá discreta, tanto que acabou substituído no intervalo.

O São Paulo, no seu ritmo bem mais cadenciado, só foi arriscar a primeira finalização aos 35 minutos, quando a bola de Tchê Tchê passou à esquerda do gol de Fábio. O Tricolor ainda teria uma grande oportunidade com Alexandre Pato, após ganhar de Fabrício Bruno com certa facilidade. Na hora do chute, um verdadeiro traque, defendido pelo goleiro celeste em dois tempos.

Se faltava ao time celeste uma finalização que realmente fizesse Volpi trabalhar, a Raposa logo tratou de dar essa resposta ao torcedor, que aplaudiu os atletas na saída para o vestiários, no início do segundo tempo. Jogadas que sempre tinham como característica a presença de Thiago Neves. Em coletiva na terça, véspera do jogo, o atleta revelou que vinha até pedindo a Deus um 'pouquinho' mais de sorte para o time. Mas para que isso acontecesse, Thiago teve que ter muita paciência e persistência. Com menos de 1 min de bola rolando no segundo tempo, o camisa 10 saiu cara a cara com Volpi, obrigando o goleiro são-paulino a fazer grande intervenção. Oito minutos depois, após passe preciso de Éderson, Thiago teve a finalização travada na hora H por Arboleda.

Uma hora não escaparia. Foi o que aconteceu aos 12 min. Marquinhos Gabriel recebeu na direita e cruzou na medida para o cabeceio preciso de Thiago Neves. Dessa vez não teve VAR que anulasse. Não teve angústia. Só festa. Aquele sentimento que o torcedor vinha guardando dentro do peito explodiu. Um grito de alívio de quem, aos poucos, vai tentando se livrar das amarras de uma fantasma que não dá trégua, mas que também pode ser afugentado. A jornada ainda é pesada. Os minutos finais de tensão no Mineirão provaram isso. Era Fred tirando a bola. Vaias ensurdecedoras. O torcedor praticamente dentro de campo para jogar junto com a defesa. Mas a Raposa segurou o ímpeto do Tricolor para voltar a vencer. 

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