Ex-técnico do Cruzeiro diz que queria as saídas de Fábio, Moreno, Sobis e Manoel

Entre os técnicos que fizeram parte da chamada 'reconstrução' do Cruzeiro, quando o time profissional estava no calvário da Série B do Campeonato Brasileiro e na maior crise de sua história, está Felipe Conceição. Pelas suas mãos, passaram jogadores importantes em épocas vitoriosas, mas que, segundo ele, já não deveriam estar mais na Toca da Raposa.

Seu principal exemplo é o goleiro Fábio. O treinador, atualmente sem trabalho – ele esteve no Cruzeiro no primeiro semestre de 2021 –, defendeu a atitude da gestão de Ronaldo Nazário de promover a saída do jogador, destaque hoje no Fluminense.

"Por que o Cruzeiro mandou o Fábio embora? Porque tinha que tirar. O Fábio é meu amigo, jogamos juntos na seleção brasileira sub-20. Mas não era para ele estar no Cruzeiro mais. Já passou tanta coisa ruim ali dentro, que ele não merecia e não tinha mais cabeça. O Ronaldo fez bem em limpar, e o clube tinha que virar essa página", disse ao podcast Resenha com TF.

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Segundo Conceição, durante o seu trabalho, ele chegou a pedir ao presidente Sérgio Santos Rodrigues que fizesse um acordo com Fábio e outros colegas, pois suas presenças não cabiam mais ali. "Quando eu estava na reta final do estadual, eu tive uma reunião com o presidente e os diretores, e falei que precisávamos nos desfazer de alguns atletas", confessou.

Segundo o técnico, a Raposa precisava de jogadores diferentes. "O único que eu disse que poderia ficar, mas que precisávamos sentar e conversar muito com ele, era o Fábio. Mas o Rafael Sobis era para sair; o Marcelo Moreno; o Manoel. Não porque eram jogadores ruins. Mas o Cruzeiro, naquele momento, tinha que ter outro perfil de atleta. Precisávamos de atletas com fome para levar o time para a Série A de novo. E não com dívida, que estavam ali só para receber", falou.

Felipe Conceição ainda revelou que passou a ter problemas devido a algumas mexidas no time. "O clube tinha tanto problema, que quando você faz a coisa certa, acaba se tornando um problema também. Eu tirava o Sobis e ele reclamava da substituição. O clima era que precisavam me demitir", explanou.

Ele ainda teve a oportunidade de ir para o seu antigo clube, onde realizou uma boa campanha na segunda divisão nacional, mas preferiu ficar. "Eu tinha acabado de ganhar um clássico e o presidente do Guarani me chamou para voltar. Ele mesmo me disse que queriam me derrubar em Belo Horizonte. Por respeito à torcida e ao clube, não pedi para sair, mas depois me mandaram embora", concluiu.

Passagem

Felipe Conceição chegou ao Cruzeiro após a saída de Felipão, que esteve no clube no final da temporada de 2020. Implantou um estilo de jogo mais ofensivo e começou bem o Campeonato Mineiro, vencendo até clássico com o Atlético, mas foi eliminado na semifinal para o América, após duas derrotas.

Foi demitido perder nos pênaltis para o Juazeirense, na Copa do Brasil. Ao todo, esteve em 19 partidas, com 8 vitórias, 3 empates e 8 derrotas.

Após a saída, acionou o Cruzeiro na Câmara Nacional de Resoluções de Disputas da Confederação Brasileira de Futebol desmentindo o rompimento de contrato em “em comum acordo”. Seu principal objetivo era o registro da rescisão no Boletim Informativo Diário para poder assumir o Remo. Depois, pediu na Justiça mais de R$ 1,2 milhão.