Compaixão

Lateral do Cruzeiro chora ao comentar situação da Venezuela

Edílson mostrou sensibilidade ao comentar situação dos venezuelanos, que vivem uma grave crise humanitária

Por Josias Pereira
Publicado em 26 de março de 2019 | 17:47
 
 
 
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O lateral-direito Edílson foi o entrevistado do dia na Toca da Raposa II e destacou-se ao falar em tom emotivo da situação que vive a Venezuela. Além dos problemas econômicos, o país viveu nessa segunda-feira mais um apagão elétrico que assolou praticamente todas as regiões da Venezuela. Edílson relembrou sua origem humilde para recordar as dificuldades e, em determinado momento da entrevista, chegou até a chorar. 

"A gente se coloca no lugar. Vim de uma família muito humilde, meu pai faleceu eu tinha sete anos, e minha mãe fez tudo que eu não pudesse passar fome, não faltasse nada em casa. Mas a gente vê não só na Venezuela, como no Brasil, pessoas com dificuldade. Vendo as histórias, os relatos na Venezuela, que eles não tem água, não tem o próprio alimento. Nosso país, nosso futebol é tão grande, gigante, que a gente pode ajudar uma causa tão grande, tão nobre pela situação que eles estão passando", disse o jogador. 

Para Edílson, os demais clubes da Libertadores poderiam se unir para ajudar a população venezuelana, que também sofre com a super inflação e a falta de produtos básicos. 

"Eu tenho filho, família, e a gente vê a situação muito difícil que eles vivem. Que eles possam encontrar força, que, de repente, nossas autoridades possam ajudar de alguma forma, porque é uma situação muito complicada. Acredito que eles vão encontrar força para jogar, mas nossa concentração, nível de desempenho tem que estar altíssimo, para a gente fazer um grande jogo. Quando a gente está dentro de campo, a gente não pode pensar muito neles, mas sim nossos familiares, que merecem nosso ganha pão, em nosso torcedor, que vai pagar ingresso. Futebol é tão grande, que a gente pudesse nos unir, não só o Brasil, a Argentina, outros países, para que a gente pudesse ajudar o país, nosso coirmão, que está passando por um momento muito difícil", apontou Edílson. 

O Cruzeiro encara o Deportivo Lara nesta quarta-feira, às 21h30 (de Brasília), no Mineirão, pela segunda rodada do Grupo B da Copa Libertadores. O time terá a presença do zagueiro Dedé, suspenso no primeiro jogo. Outro destaque é o volante Henrique, que volta ao time depois de ficar fora da goleada sobre o Patrocinense, por 5 a 0, no Mineirão, pelas quartas de final do Mineiro. 

O Cruzeiro vai até a Venezuela no dia 23 de abril. A possibilidade de levar produtos e alimentos do Brasil não é descartada. A diretoria, no entanto, aguarda o desenrolar da situação no país vizinho. Recentemente, a possibilidade de disputar o jogo em outro país foi aventada pelos celestes. Todavia, a decisão partirá da Conmebol. 

Aprendendo com o passado 

No ano passado, Edílson ficou marcado por um comentário xenófobo em relação ao meia Otero e também a seleção venezuelana após o título do Campeonato Mineiro. "Com todos os meus adversários eu chego firme e vai ser assim. Quem é Otero... Otero... Seleção Venezuelana...Não é porra nenhuma", disse Edilson.

Em entrevista à Rádio Itatiaia, no entanto, ele desculpou-se pelo ocorrido. “Na saída do jogo eu falei do Otero, e quando eu me dirijo a ele acabei falando da Venezuela. Então eu queria pedir desculpas ao povo venezuelano, não foi minha intenção machucá-los com palavras. O venezuelano é muito parecido com o brasileiro, que é trabalhador e humilde. Eu tenho muito respeito por eles e queria pedir desculpas aqui ao vivo”, esclareceu o jogador. 

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