Pedro Martins foi durante dois anos e quatro meses o diretor de futebol do Cruzeiro. E no trabalho à frente do clube, o dirigente somou alegrias, decepções e algumas polêmicas. Desde a chegada à Toca da Raposa, Pedro Martins, então com pouca experiência em grandes clubes como o Cruzeiro, conviveu com a desconfiança da torcida celeste.
Logo nos primeiros trabalhos como diretor de futebol, Pedro Martins precisou de destreza para reconfigurar o Cruzeiro que disputaria a Série B daquele ano com o objetivo claro de brigar pelo acesso. A montagem do elenco passou pelo crivo do então dirigente indicado por Paulo André, membro de confiança de Ronaldo, e que já havia trabalhado com Martins.
A avaliação de contratos já assinados por dirigentes da antiga gestão exigiu habilidade e pulso firme do então dirigente. A saída do ídolo Fábio foi a primeira grande turbulência de Pedro Martins. Meses mais tarde seria a vez do atacante Vitor Roque, tratado como uma das grandes revelações do futebol nacional, deixar o clube. A falta de experiência do dirigente custou milhões ao clube.
O título da Série B foi o momento glorioso de Pedro Martins, um dos responsáveis pelo acesso da Raposa, quatro anos após a queda para a segunda divisão. A exigência de um elenco mais qualificado para a elite do futebol nacional mais uma vez obrigou uma limpa no grupo estrelado.
Entretanto, as contrações de 2023 não foram assertivas. Nomes como Gilberto, Wesley e companhia decepcionaram e quase custaram a permanência celeste na Série A.
O discurso calmo e sempre carregado de esclarecimentos foi perdendo espaço e encontrou a incoerência do que era praticado pela SAF. Ao todo, foram 68 contratações com o aval de Pedro Martins e muitas trocas de treinadores.
No planejamento apresentado pela SAF, o objetivo era de trabalhos duradouros da comissão técnica. O que de fato não aconteceu. Apenas Pezzolano conseguiu completar uma temporada no comando da equipe desde a SAF.
Enfim, as críticas sobre o trabalho de Pedro Martins ganharam força nos últimos dias. A semana contou com protesto no Mineirão e críticas direcionadas ao trabalho do dirigente. Ainda que a decisão pela saída de Martins não tenha partido do clube, a pressão da torcida pela instabilidade no projeto contribuiu para a partida do dirigente.