2011 vs 2019

Perrella compara ‘Cruzeiro que deixei’ com ‘Cruzeiro que me deixaram'

Dirigente pegou 'leve' com a atual diretoria e direcionou todas as suas críticas ao seu sucessor, em 2012, Gilvan de Pinho Tavares

Por Felippe Drummond Neto
Publicado em 30 de novembro de 2019 | 08:00
 
 
 
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Visivelmente nervoso e indignado com o momento que o Cruzeiro atravessa na temporada, que pode culminar com o inédito rebaixamento celeste para a segunda divisão do Campeonato Brasileiro, Zezé Perrella fez durante sua coletiva de imprensa realizada na manhã desta sexta-feira (29), um comparativo financeiro do clube de quando ele deixou o clube em 2011, com o momento atual.

Novamente ‘a frente’ do time, já que há pouco mais de um mês passou a acumular os cargos de presidente do Conselho Deliberativo e vice-presidente de futebol do Cruzeiro, o dirigente culpou principalmente seu sucessor, Gilvan de Pinho Tavares, que presidiu o time do início de 2012 ao final de 2017, pelo problema financeiro que o time atravessa.

“O responsável é uma gestão anterior a esta que deixou uma dívida de R$ 450 milhões no clube. Na minha época a gente também tinha dívida, mas eram poucas e a mais alta foi sobre a questão de um Bingo e o Cruzeiro pagava R$ 50 mil por mês. Eles quebraram o Cruzeiro, hoje temos R$ 60 milhões de dívida na Fifa que ainda nem sabemos como pagar antes que possamos sofrer com sanções deles”, bradou Zezé.

Perrella lembrou que quando saiu apesar das dívidas deixou o clube com atletas desejados pelo mercado, que poderiam ter sido usados para saudar as contas. “A gente tinha Lucas Silva e Montillo, só eles fizeram entrar R$ 85 milhões. Além disso, apenas da minha época eu deixei jogadores que foram vendidos por R$ 225 milhões. A gente tinha 450 funcionários, hoje tem 700 e nem temos novos CTs, Clubes ou sedes, como as que construí. Mas vamos consertar isso, na área administrativa já conseguimos limitar os salários mais altos para no máximo R$ 30 mil por mês”, explicou.

Suave com os atuais dirigentes
Em contrapartida, Zezé também criticou atual gestão, mas com parcimônia. Segundo ele o presidente Wagner Pires de Sá continuou tomando decisões ruins, muito mais no aspecto administrativo. “O próprio Wagner enquanto presidente delegou errado seus subordinados e eles erraram muito, contratando jogadores com mais de 30, 35 anos e dando contratos longos de 2 a 3 anos, então, são contratos feitos de maneira irresponsável”.

Zezé ainda prometeu que ao fim da temporada irá expor as contas do clube para a imprensa. “ O Cruzeiro que deixei não é o que peguei. Minha atual preocupação é gerir esse time. Quebraram o Cruzeiro para serem campeões brasileiro. Uma história centenária foi colocada em risco por gestões erradas. No dia 8 vou fazer um balanço diante de vocês para mostrar a real situação do Cruzeiro”,  avisou.

Por fim, Perrella disse que mesmo assim segue acreditando que o time irá escapar do rebaixamento, mas que independentemente do resultado, o time sofrerá uma grande reformulação para 2020. “Que eles tenham vergonha na cara e deixem o Cruzeiro na 1ª divisão. Psicológico tá difícil, a bola queima no pé. Eu não contratei ninguém, é o que nós temos e eles que tem que nos tirar dessa situação. Mudanças vão acontecer para o ano que vem. Vai ficar quem tiver colhão, os que não se adaptarem que procure outros clubes”, concluiu de forma ríspida.

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