Executivo de futebol do Cruzeiro, Pedro Martins se manifestou por meio de vídeo fazendo um balanço da administração celeste em 100 dias desde a transição para a nova gestão da SAF. O diretor cruzeirense não escondeu as dificuldades que o clube atravessa, mas fez um discurso positivo, de recuperação da credibilidade do Cruzeiro dentro do mercado, além do equilíbrio que o futebol vem encontrando, especialmente no pagamento de salários. A dedicação de quem faz parte do processo foi exaltada por Pedro.
"Esses últimos dias foram intensos, a gente tem conversado com diversas pessoas para entender o momento do clube, para compreender o que era necessário fazer, quais ações precisávamos tomar para que o Cruzeiro voltasse a ser competitivo, para que o clube pudesse retomar seu papel de protagonista. Ao longo desse tempo, posso dizer que temos trabalhado muito, temos nos dedicado em três turnos para que o clube pudesse se reorganizar, encontramos aqui uma organização que estava com muitas dificuldades financeiras, pessoas desmobilizadas, desmotivadas e principalmente uma compreensão de que o clube apenas com sua camisa. com o seu tamanho, iria voltar para a Série A", declarou o executivo cruzeirense.
Dificuldades reais, mas trabalho possibilita perpesctivas de melhoria
Pedro Martins destacou que a observação do atual grupo gestor comprovou que o clube possuía dificuldades básicas no pagamento de salários baixos, de funcionários que estavam no clube há bastante tempo. Mas destacou que a gestão fez de tudo para que o Cruzeiro pudesse executar o básico.
"A partir daí começamos a compreender o que era necessário fazer e dentro deste contexto tomamos decisões, decisões de saídas de alguns profissionais, saídas de atletas e precisamos avaliar as pessoas que precisavam compor este novo projeto. São 100 dias em que a gente identificou um problema muito maior do imaginávamos que encontraríamos, 100 dias que a gente avaliou um clube com dificuldades para pagar contas básicas, para pagar salários inclusive pequenos de funcionários que estavam aqui há muito tempo, 100 dias que a gente lutou e suou para que conseguissemos fazer o Cruzeiro executar o básico, voltar a funcionar bem", disse.
E esse trabalho intenso possibilita que hoje o Cruzeiro tenha melhores perspectivas.
"Hoje já encontramos um clube melhor, uma organização muito mais estruturada, mas estamos conseguindo fazer o básico apenas, que é pagar salários em dias, que é fazer com que a operação do clube de futebol ande bem, tem uma comissão técnica competente, atletas motivados e integrados com este novo momento do clube. A gente avalia que tem muita coisa pra fazer, o trabalho ainda é enorme, mas estamos muito confiantes e felizes com o que fizemos até então", celebrou Pedro Martins.
Agradecimento ao sócio-torcedor
Outro detaque do dirigente foi o crescimento do sócio-torcedor, que chegou hoje chega próximo à marca de 50 mil pessoas associadas, a meta estabelecida por Ronaldo. De acordo com Pedro Martins, esse dinheiro gerado tem sido fundamental para fazer o futebol andar.
"O crescimento do sócio-torcedor ao longo dos últimos anos foi algo inacreditável. Hoje chegamos a quase 50 mil sócios do Cruzeiro e se não fossem essas pessoas, dificilmente estariamos pagando salários em dia, estaríamos conseguindo motivar as pessoas que constroem esse clube diariamente. Se não fosse a torcida empurrando o clube no estádio, acho que dificilmente conseguiríamos chegar na final do Mineiro e dificilmente conseguiríamos vencer o Brusque. Quando a gente analisa o dia a dia, conversa com os atletas, comissão, percebemos que o Cruzeiro tem um projeto estabelecido que está começando a ser implementado. Mas quando a gente conversa com nossa área financeira, a gente vê a dificuldade de fechar a folha do mês, a dificuldade de conseguir pagar os fornecedores básicos, isso tudo porque é um clube em reconstrução", observou o dirigente.
Transfer ban e dívidas antigas pesando no orçamento
Grande parte desta dificuldade celeste em reverter o dinheiro arrecadado em melhorias para o clube ou até mesmo a receita investida se dá pelo pagamento de processos de transfer bans, o impedimento de registro de atletas. Segundo Pedro, já são mais de R$ 30 milhões. Apesar deste desequilíbrio, o clube vem se mantendo e tem perspectivas positivas, como sacramentou o dirigente.
"Ao longo desses 100 dias, nós tivemos que pagar mais de R$ 30 milhões em transfer bans, são cinco processos que já passamos para que o clube pudesse se reorganizar, contratar atletas e conseguisse se equilibrar minimamente o futebol. É óbvio que a gente gostaria que esse dinheiro fosse investido em novas contratações, melhorias de infraestrutura, mas isso não é possível. Toda a capacidade financeira do clube está voltada para quitar dívidas antigas. O momento do clube não é fácil, não é simples, mas hoje vemos pessoas se dedicando dia e notie, trabalhando integralmente para que o Cruzeiro seja reconstruído", concluiu Pedro Martins.