​Os agitados bastidores políticos do Cruzeiro não param: o Conselho Fiscal do clube notificou a presidência e o Conselho Deliberativo alegando não ter recebido documentos sobre situação atual dos imóveis do clube nem sobre as contas celestes. Assim, solicita o adiamento da reunião sobre a venda das ações da SAF Cruzeiro para Ronaldo, inicialmente prevista para segunda-feira (4).

O documento, com data desta sexta-feira (1), é assinado por todos integrantes do Conselho Fiscal: Célio Elias (presidente), Demetrius Granata Pereira e Silvério Papa Ferreira (membros efetivos) e Dager do Rosário Miranda e João Bosco Moura (suplentes).

Na notificação extrajudicial encaminhada ao presidente Sergio Santos Rodrigues não são listados os documentos que estariam pendentes. São citados apenas os 'tópicos' a que eles se referem:

1 - autorização para a tomada de todas as medidas necessárias para pedido de recuperação judicial ou extrajudicial, pela Associação;

2 - Autorização para a realização de operação de crédito pelo Cruzeiro Esporte Clube - Sociedade Anónima do Futebol (“SAF”) e/ou Associação, dando imóveis da Associação em garantia, para fins de reestruturação da divida da Associação;

3 - Autorização para a realização de operação imobiliária em favor da SAF visando a exploração das Tocas I e II, cuja renda será revertida para a amortização da totalidade da divida tributária da Associação que, segundo a lei 14.193, é exclusivamente da Associação, sem solidariedade ou subsidiaridade da SAF


De acordo com o regimento do clube, o documento por si só não tem poder de decisão sobre o possível adiamento da reunião do Conselho Deliberativo. Entretanto, 'joga a responsabilidade' nas mãos principalmente do presidente Sérgio Santos Rodrigues no caso de "eventuais ações taxadas de prejudiciais e/ou danosas ao Cruzeiro".
 

Os integrantes do Conselho Fiscal também questionam a falta de transparência da diretoria celeste, alegando terem enviado oito vezes as solicitações de documentação, sem, segundo eles, nunca terem sido atendidos. A única resposta teria vindo há uma semana, mesmo assim apenas com "relatórios parciais e sem documentação comprobatória".

A reportagem tentou entrar em contato com o presidente do Cruzeiro, Sérgio Santos Rodrigues, mas não teve sucesso.