Fórmula 1

Sérgio Pérez vence em Cingapura e adia título de Verstappen, que chega em 7º

Em prova marcada por abandonos, Pérez faz corrida perfeita e vence o GP de Cingapura, 'adiando' o provável título do holandês Max Verstappen

Por Agências
Publicado em 02 de outubro de 2022 | 13:29
 
 
 
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Com uma grande largada, o mexicano Sergio Pérez, da Red Bull, chegou à ponta, não a deixou mais e venceu com tranquilidade o GP de Cingapura neste domingo (2), conquistando sua quarta vitória na Fórmula 1, a segunda no ano. Charles Leclerc, que havia largado na pole position, chegou em segundo, e seu companheiro de Ferrari, Carlo Sainz, em terceiro.


A vitória do mexicano adiou o desejo de Max Verstappen, seu companheiro de equipe, de conquistar o título da temporada de maneira antecipada. O líder do campeonato com grande vantagem, tentou fazer uma corrida de recuperação após largar em 8º, mas esteve sempre entre o arrojo e a ansiedade. Depois de ultrapassagens e derrapadas, o holandês acabou chegando na 7ª posição. Mas terá mais uma chance de liquidar a fatura no Japão, domingo que vem.

Disputada à noite em Cingapura, após uma forte chuva, a corrida no circuito de rua de Marina Bay foi marcada pelo dilema dos pilotos na escolha de seus pneus para um asfalto que começou molhado, mas foi secando aos poucos. Com os carros mais lentos em geral, a prova terminou com o limite de duas horas e não pelo número de voltas.

Levou vantagem quem teve o privilégio de largar na frente e conseguiu adotar uma estratégia mais conservadora, assumindo menos riscos. Bom para Pérez, que dirigiu a maior parte do tempo sozinho, olhando para o vento. Pior para Verstappen, prejudicado por um erro de cálculo da equipe nos treinos classificatórios, que precisou brigar no meio do pelotão com spray de água na cara.

O PONTO CHAVE DA CORRIDA
Depois de uma morosidade sem emoções na parte da frente do pelotão, a briga pela ponta esquentou nos trinta minutos finais, quando Sergio Pérez começou a ter problemas de estabilidade em seu carro ao trocar para pneus macios. Leclerc viu nisso uma oportunidade de retomar a ponta perdida na primeira reta e abriu a asa móvel para tentar ultrapassá-lo. Mas o mexicano se mostrou resistente para se manter na ponta, emendou uma sequência de voltas mais rápidas e conteve os avanços do ferrarista.

No final, Pérez foi avisado pela Red Bull sobre o risco de uma punição por infração ao safety car. Ele acelerou porque precisava abrir vantagem em relação a Leclerc, caso essa punição fosse confirmada após a corrida e ele perdesse segundos que lhe custassem a vitória. "Essa foi a sua melhor corrida da história", foram as palavras que ele ouviu no rádio.

CHUVA FORTE ADIA LARGADA EM UMA HORA
A organização da Fórmula 1 adiou em uma hora a largada por causa de uma forte chuva que caiu sobre o circuito. Funcionários entraram na pista com rodos e sopradores de ar para secar o asfalto depois que a chuva parou. A mudança na condição de umidade na pista ditou a estratégia das equipes, desde a escolha de pneus à decisão sobre o momento de chamar seus pilotos aos boxes. Em um circuito de rua com poucos pontos de ultrapassagens, escalar o pelotão ficou ainda mais difícil.

LARGADA: PÉREZ GANHA A PONTA, E VERSTAPPEN VACILA
Os pilotos da Red Bull tiveram desempenho diferente na largada. Enquanto Pérez saiu melhor e ganhou a primeira posição de Leclerc com facilidade, Verstappen demorou para partir e foi ultrapassado quatro vezes já nos primeiros metros. Com a pista ainda molhada, o grid teve atenção redobrada nas curvas estreitas do circuito de rua, evitando o perigoso alambrado. Pérez não demorou para abrir vantagem em relação a seu rival ferrarista, e Verstappen iniciou sua prova de recuperação.

Lewis Hamilton, que tocou em Carlo Sainz e saiu da pista nas primeiras voltas, reclamou com a Mercedes sobre a escolha dos pneus intermediários. "Eu falei pra vocês sobre esses pneus. No futuro vocês têm que me ouvir. Sem aderência nenhuma", disse o britânico. No meio da corrida, Hamilton mudaria de tom, depois de um erro de pilotagem que o levou ao muro e lhe tirou a chance de brigar pelo pódio. "Desculpa, pessoal. Eu mandei muito mal mesmo."

SECAGEM DA PISTA PREJUDICA ULTRAPASSAGENS
Por contra intuitivo que pareça, a secagem da pista acabou prejudicando os pilotos que tentavam fazer ultrapassagens. O motivo é que o traçado dos carros formou um trilho seco no asfalto, propiciando maior velocidade e aderência ali. Mas quem queria ultrapassar precisava sair do traçado e se arriscar na parte molhada da pista, o que era ainda mais perigoso em um circuito de rua, com alambrados tão próximos do asfalto. Um dos grandes prejudicados foi Verstappen, que precisava ganhar posições, mas se viu preso atrás de Alonso -só ganharia a posição na volta 22, quando o espanhol abandonou por problemas no carro.

LATIF "ATROPELA" ZHOU E PROVOCA BANDEIRA AMARELA
O chinês Zhou não entendeu nada quando o carro de Nicholas Latif apareceu em sua frente sem aviso, provocando um acidente que tirou os dois pilotos da corrida. Enquanto Zhou reclamava com os braços abertos sobre o capacete, o canadense explicava a sua equipe, a Williams, que ele simplesmente não tinha visto o carro do colega. Os dois estavam no fim do pelotão, mas a batida influenciou o grid inteiro. Com a bandeira amarela para a limpeza da pista, o pelotão se encolheu novamente, e Verstappen aproveitou: ganhou uma posição na relargada e chegou a sétimo. (Agência Folha)

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