A edição de 2020 do Rally dos Sertões será diferente para os pilotos e público que se acostumaram a acompanhar de perto o maior rally da América Latina. A proximidade com a comunidade local, entre uma etapa e outra, não vai mais poder acontecer, como forma de prevenção ao coronavírus. A prova começa dia 30 de outubro em São Paulo terminando nas dunas de Barreirinhas (MA) no dia 7 de novembro. 

Este era um dos atrativos, que permitia que moradores do interior do Brasil estivessem perto de atletas profissionais de alto nível, conhecendo um pouco mais de um esporte que não costuma estar tão presente em sua rotina. A experiência será menos estranha para Jean Azevedo, com muitos anos de trajetória. 

"Esta era a chance que os moradores tinham de conversar com os pilotos, da gente sentir o carinho deles também. O lado bom é que os pilotos vão estar mais focados na competição, será uma disputa intensa, um rally muito duro. Sair e chegar das 'bolhas' não será novidade pra mim, no Dakar isso já acontecia com frequência, as paradas eram em lugares isolados, algo que vai acontecer agora no Sertões", comenta o piloto da Honda, que vai disputar na categoria Moto 1, sendo um dos favoritos ao título e com sete títulos do Sertões

As dicas de Jean serão fundamentais para os outros integrantes da equipe que o têm como uma referência pela larga experiência. "Vou em busca do tricampeonato e sei que não será nada fácil. Estou muito motivado, mesmo em um ano difícil que estamos passando. Achei que estaria na melhor forma em 2019, mas agora estou ainda mais bem preparado. O Sertões é nosso principal objetivo do ano", analisa Tunico Maciel, mineiro de Lavras e que vai estrear na categoria Moto 1 (antiga Super Production). 

Chuva prevista

A mudança de data do evento, que acontece agora mais para o final do ano, pode fazer a chuva aparecer com mais frequência no caminho dos pilotos. Em situações normais, os participantes não enfrentavam pisos molhados em virtude da época do ano. Menos mal que as motos usadas estão prontas para dar retorno em qualquer tipo de terreno, precisando de adaptações somente no tipo de pneu. 

"Todos os nossos pilotos treinam durante o ano inteiro e, em algum momento, encontram chuvas e condições de terrenos secos e outros molhados e lisos. Vamos sempre acompanhar a previsão do tempo para optar pelo melhor tipo de pneu", comenta Dário Júlio, também natural de Lavras e chefe da equipe Honda.