Depois de duas semanas sem atividades, a Formula 1 retorna neste final de semana para o Grande Prêmio de Las Vegas, nos Estados Unidos. A corrida marca o início da última rodada tripla da categoria no ano e as últimas disputas do campeonato. Em 2024, equipes e pilotos enfrentaram a temporada mais longa da história do esporte, com 24 GPs e seis corridas sprint no cronograma.

Além da sequência sem descansos nas próximas corridas, as equipes ainda terão que enfrentar viagens que, somadas, darão cerca de 14 mil quilômetros percorridos. Depois de passar por Las Vegas, a Formula 1 rumará para o Oriente Médio, realizando etapas no Qatar e em Abu Dhabi.

Para Rodrigo Oliveira, fisioterapeuta associado à Sonafe - Sociedade Nacional de Fisioterapia Esportiva e Atividade Física -, o calendário extenso e as longas viagens são prejudiciais a saúde dos pilotos, o que causa uma perda de performance nas pistas:

“Essa sequência de corridas impõe uma dificuldade de recuperar plenamente os pilotos. A rotina de viagens impacta em processos como a qualidade do sono, alimentação, entre outros fatores, o que causa ainda mais desgaste, e aumenta o risco de lesão muscular e queda da performance. Por isso, a fisioterapia esportiva, com todos os recursos que dispõe, acaba tornando-se fundamental para acelerar esse processo de reabilitação e evitar perdas nas equipes”, explica o profissional.

Apesar dos desgastes e das reclamações das equipes e pilotos, como Max Verstappen e Fernando Alonso, a Formula 1 não pretende diminuir o ritmo. Para 2025, serão mantidos os 24 Grandes Prêmios, além da possibilidade de aumentar a quantidade de corridas sprint no calendário. 

“Todos os elementos dessa rotina afetam diretamente o equilíbrio hormonal. Os horários de voo, frequentemente realizados durante a madrugada, muitas vezes sem descanso adequado, juntamente com a alimentação, a hidratação e o sono, têm grande impacto no desempenho. Isso pode resultar em fadiga precoce, maior dificuldade para adaptar o relógio biológico individual e alterações no processo de recuperação, que é essencial para esportes de alto rendimento”, analisa Flávia Magalhães, médica do esporte, especialista em gestão de saúde e performance de atletas.

+ Max Verstappen pode ser tetracampeão no fim de semana

Com o título de pilotos praticamente assegurado por Max Verstappen, a disputa ainda reside no campeonato entre equipes. Atualmente, a McLaren ocupa a liderança, com 593 pontos, em seguida, aparece a Ferrari, com 557 pontos. A Red Bull, atual bicampeã, aparece em terceiro lugar, com 544 pontos, mas corre por fora na competição por conta da má fase de Sergio Pérez, que não tem conquistado boas posições para a equipe.